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COMÉRCIO
Taxas só diminuem durante as promoções de curto prazo
Inadimplência e desemprego
fazem lojas manter juros altos
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
O governo reduziu os juros básicos da economia, mas o comércio
continua cauteloso na hora de financiar a venda ao consumidor.
O encargo financeiro cobrado
pelas lojas pouco caiu, a não ser
em casos especiais, como promoções de curto prazo, em razão do
aumento da inadimplência e do
desemprego.
O Banco Cacique, que administra o crediário de cerca de 200 redes espalhadas pelo país, cobra juros de 7% a 9% ao mês, mais o IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras).
"A tendência parece ser de queda das taxas, mas, por enquanto,
não vamos alterá-las por conta da
alta inadimplência e do desemprego", afirma Wanderley Vettore,
diretor.
Ele diz que o atraso no pagamento dos carnês continua preocupando. De cada mil clientes do
banco, diz ele, oito estão atrasando o pagamento. Até o final do ano
passado eram seis e meio.
Nos cálculos do banco, a inadimplência era, portanto, da ordem de 6,5% e agora está em torno
de 8%. "Estamos sendo cada vez
mais rigorosos na hora de conceder o crédito; mesmo assim a inadimplência não pára de subir."
Quando o banco detecta que o
consumidor parou de pagar as
prestações porque a renda diminuiu, ele tenta renegociar a dívida
esticando o prazo de pagamento e,
assim, o valor da prestação. "Só
que o grande problema é o desemprego."
Como a disputa entre as grandes
redes para atrair o cliente é grande, existem algumas promoções
em cima de juros.
A rede Magazine Luiza, com 90
lojas, fez ontem uma promoção
relâmpago na qual vendeu toda a
sua linha de produtos em sete vezes sem juros para tentar antecipar
as vendas para o Dia das Mães.
Eldo Moreno, diretor da empresa, diz que as lojas ficaram lotadas,
mas a rede ainda não tinha definido se iria repetir a promoção. "O
mercado não está comprador. Temos de fazer sempre alguma oferta para movimentar as lojas."
A partir de hoje a rede volta a
vender a prazo cobrando juros de
4,5% a 6,5% ao mês, incluindo o
IOF, em um prazo de até 24 meses.
A previsão da empresa para este
mês é faturar o mesmo que em
igual período do ano passado.
A Lojas Cem, com 75 lojas, também só altera os juros em promoções por tempo determinado. A
taxa cobrada pela rede varia de 3%
a 6% ao mês (incluindo o IOF).
Atualmente, a empresa tem uma
promoção na qual a compra em
quatro pagamentos não tem a incidência de juros.
Mesmo com a promoção, a Cem
espera faturar, em maio, o mesmo
que em igual mês do ano passado.
Neste mês, a queda deve ser de 6%
sobre abril de 97.
Giácomo Dalla Vecchia, diretor,
diz que as mães devem ganhar
neste ano mais viagens do que eletrodomésticos, o que pode ser
ruim para o comércio -mas bom
para elas.
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