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Ocupação no campo é reduzida em 32%
da Reportagem Local
O número de pessoas ocupadas
nas atividades agropecuárias do
Estado de São Paulo caiu 32% em
pouco mais de dez anos.
Esse número, revelado pela
comparação dos dois últimos censos agropecuários realizados pelo
IBGE no Estado, um em 1985 e outro em 1995/96, mostra o lado
"negativo" da modernização da
atividade rural.
Em 1985 as atividades agropecuárias ocupavam 1,357 milhão de
pessoas. Na safra 1995/96, esse número havia caído para 914 mil.
"Isso não significa necessariamente que esse contingente está
desempregado, mas que se deslocou em direção às cidades", avaliou o presidente do IBGE, Simon
Schwartzman.
O problema, segundo explica o
diretor de pesquisas do IBGE, Lenildo Fernandes Silva, é que o setor urbano, que normalmente absorvia o excedente de mão-de-obra formado nas zonas rurais, não
está mais empregando.
O problema da migração, que
era sentido mais na região metropolitana da capital paulista, é frequente hoje também nas maiores
cidades do interior do Estado.
"O processo de modernização
do campo tem um impacto grande
na sociedade", avaliou.
Como a indústria também foi diretamente afetada pela abertura
comercial, que trouxe maior necessidade de aumento de produtividade, o papel de gerador de empregos coube ao setor terciário da
economia, que inclui o comércio e
a prestação de serviços.
"O problema é que esse setor
exige cada vez mais mão-de-obra
qualificada, que não se encontra
na população que deixou o campo", acrescentou Silva.
Ação estatal
Para suprir a deficiência de qualificação desses trabalhadores, assim como a dos demitidos da indústria, o ideal seria intensificar os
programas de qualificação e treinamento profissional, afirmam os
técnicos do IBGE.
É essa filosofia, por exemplo,
que está orientando as ações do
Ministério do Trabalho e de centrais sindicais.
Segundo o diretor de pesquisas
do IBGE, a ação governamental
também deveria ser orientada para tentar manter a população rural
no campo.
Exemplo disso, por exemplo, seriam alguns programas, como o
Pronaf ( de apoio à agricultura familiar) e o Proger rural (para incentivar a geração de renda e empregos nas áreas rurais).
Para o presidente do IBGE, a
concentração da propriedade
existente no campo ainda é um
problema.
O Censo Agropecuário do IBGE
revela que não há mais fronteiras
agrícolas no Estado de São Paulo,
ou seja, a produção agropecuária
não tem mais para onde avançar.
No entanto, de acordo com
Schwartzman, existem no Estado
parcelas de terra pouco utilizadas
ou mesmo sem utilização.
Pelo levantamento do instituto,
existiam em 1995 aproximadamente 154 mil hectares de terra
produtiva sem uso comercial.
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