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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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Consumidor afirma que é credor de cartão

DA REPORTAGEM LOCAL

Sérgio Ricardo, 36, conta que contraiu uma dívida de R$ 1.000 há cerca de quatro anos no cartão de crédito, por meio de saques em dinheiro. Como não conseguia pagar tudo o que a operadora cobrava, a dívida foi subindo até atingir aproximadamente R$ 12 mil.
"Comecei a receber cartas de cobrança, com propostas do tipo "Você paga R$ 12 mil em 12 prestações de R$ 1.000. Percebi que não tinha jeito de pagar", diz ele, que trabalha com produtos para automóveis.
Resolveu, então, ir ao Tribunal de Pequenas Causas. Lá, ele conta que foi informado de que não havia nada a fazer enquanto não apresentasse a sua própria versão da história.
Procurou a Andif (Associação Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro), uma organização que presta assessoria a quem se sente lesado por cobranças indevidas. "Pelos cálculos que fizemos, eles [a operadora de cartão de crédito] teriam que me devolver R$ 3.000."
Ricardo diz que levou as contas ao Tribunal de Pequenas Causas e que o processo está correndo há cerca de dois anos. "Aqui na Andif há casos muito piores. Acho que sou o mais afortunado entre os desafortunados", afirma.
Segundo Aparecido Donizete Piton, presidente da Andif, os consumidores estão procurando renegociar suas dívidas não porque estejam com mais dinheiro no bolso, mas porque, com o nome na lista negra dos serviços de proteção ao crédito, não conseguem emprego. "As empresas estão selecionando pelo nome. Isso leva a população a limpar seu nome, e é aí que são feitas as negociações. O consumidor é levado a renegociar uma dívida que já está inflada."(ALESSANDRA MILANEZ)


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