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Consumidor afirma que é credor de cartão
DA REPORTAGEM LOCAL
Sérgio Ricardo, 36, conta que
contraiu uma dívida de R$
1.000 há cerca de quatro anos
no cartão de crédito, por meio
de saques em dinheiro. Como
não conseguia pagar tudo o
que a operadora cobrava, a dívida foi subindo até atingir
aproximadamente R$ 12 mil.
"Comecei a receber cartas de
cobrança, com propostas do tipo "Você paga R$ 12 mil em 12
prestações de R$ 1.000. Percebi
que não tinha jeito de pagar",
diz ele, que trabalha com produtos para automóveis.
Resolveu, então, ir ao Tribunal de Pequenas Causas. Lá, ele
conta que foi informado de que
não havia nada a fazer enquanto não apresentasse a sua própria versão da história.
Procurou a Andif (Associação Nacional de Defesa dos
Consumidores do Sistema Financeiro), uma organização
que presta assessoria a quem se
sente lesado por cobranças indevidas. "Pelos cálculos que fizemos, eles [a operadora de
cartão de crédito] teriam que
me devolver R$ 3.000."
Ricardo diz que levou as contas ao Tribunal de Pequenas
Causas e que o processo está
correndo há cerca de dois anos.
"Aqui na Andif há casos muito
piores. Acho que sou o mais
afortunado entre os desafortunados", afirma.
Segundo Aparecido Donizete
Piton, presidente da Andif, os
consumidores estão procurando renegociar suas dívidas não
porque estejam com mais dinheiro no bolso, mas porque,
com o nome na lista negra dos
serviços de proteção ao crédito,
não conseguem emprego. "As
empresas estão selecionando
pelo nome. Isso leva a população a limpar seu nome, e é aí
que são feitas as negociações. O
consumidor é levado a renegociar uma dívida que já está inflada."(ALESSANDRA MILANEZ)
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