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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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DÓLAR FRACO

Moeda européia já acumula alta de 28,8% em 12 meses e passa de US$ 1,19; Japão faz intervenção no câmbio

Euro sobe à maior cotação de sua história

Michael Probst/Associated Press
Símbolo do euro diante do Banco Central Europeu, em Frankfurt; exportadores europeus e asiáticos temem perder competitividade


DA REDAÇÃO

O euro alcançou o seu maior valor em seus pouco mais de quatro anos de existência. O enfraquecimento da moeda norte-americana deve incentivar a economia dos EUA, mas acende um sinal de alerta na Europa e na Ásia, blocos muito dependentes do comércio exterior.
Nunca antes a moeda dos 12 países da zona do euro havia ultrapassado a cotação de US$ 1,19, como ocorreu ontem. A moeda chegou a ser vendida a US$ 1,1932, antes de fechar a US$ 1,1884. Em 12 meses, a alta é de 28,8%.
Mais do que uma valorização do euro, o que ocorre é uma gradual depreciação do dólar. Os EUA já não atraem recursos estrangeiros como ocorria durante o boom da década passada, um efeito do arrefecimento da euforia com as novas tecnologias, do baixo crescimento e da estagnação global, entre outros fatores. A queda nos investimentos enfraquece o dólar.
Os norte-americanos importam muito mais do que exportam, e o déficit do país equivale a 5% do PIB (Produto Interno Bruto). Para financiar tal buraco, os EUA precisam receber aproximadamente US$ 1,5 bilhão em investimentos a cada dia útil.
O dólar mais fraco tende a estimular a exportação dos EUA e, ao mesmo tempo, torna os importados mais caros. O movimento deverá ajustar o abissal déficit comercial norte-americano, estimulando a economia do país.
Recentemente, o secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, admitiu que o enfraquecimento do dólar será benéfico para a economia do país, enterrando, oficialmente, a histórica política norte-americana de favorecimento de um dólar forte. De olho na eleição do próximo ano, George W. Bush busca maneiras de estimular a economia, que enfrenta o terceiro ano de baixo crescimento.
Por outro lado, exportadores asiáticos e europeus dizem ter perdido competitividade. Somente neste mês, o governo japonês teria comprado US$ 25 bilhões. A intervenção no mercado cambial ocorreu para conter uma maior apreciação do iene.

Com agências internacionais


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