São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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Mercado aberto

Mantega mantém estudos para adotar pacote cambial

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não desistiu de adotar o pacote cambial que deve ajudar a frear o processo de valorização do câmbio. Os estudos técnicos da equipe da Fazenda estão bem evoluídos e contam com o apoio do BC.
O objetivo é cortar custos das empresas, principalmente as exportadoras, embora o pacote também ajude a atenuar a valorização do câmbio.
A principal medida que consta do pacote é o de permitir ao exportador a utilização dos dólares para saldar compromissos ou realizar importações sem antes ter de internar os recursos no Brasil.
A adoção dessa medida pode representar uma economia de 4% nos custos nessas operações de importações. Hoje, as empresas são obrigadas a converter em reais os dólares obtidos com a exportação e, depois, converter novamente os reais em dólares para realizar uma importação. Toda essa conversão é que encarece em 4% as operações das empresas.
O governo quer melhorar a rentabilidade do exportador. Um primeiro passo nesse sentido já foi dado na semana passada. O Conselho Monetário Nacional autorizou os bancos a aplicar suas disponibilidades, incluindo as dos exportadores, em títulos públicos brasileiros em moeda estrangeira.
O economista Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da FGV-RJ, acha que as medidas estão na direção correta. Segundo ele, o Brasil tem que caminhar cada vez mais no sentido de liberalizar ou eliminar as restrições na conta de capitais.
Langoni promove amanhã seminário, no Rio, sobre a internacionalização das empresas, com a presença de Henrique Meirelles (Banco Central), José Sérgio Gabrielli (Petrobras), Demian Fiocca (BNDES) e Roger Agnelli (Vale do Rio Doce), entre outros.
De acordo com Langoni, as empresas brasileiras fecham este ano com um total de US$ 75 bilhões investidos fora do país, um valor US$ 15 bilhões maior do que em 2001.
Segundo ele, esses números mostram que cada vez é maior o número de multinacionais brasileiras. Até há bem pouco tempo, só as empreiteiras investiam lá fora. Hoje, o leque é bem mais variado. "Esse é mais um fator para o país caminhar na direção da liberalização da conta de capitais", diz Langoni.

ÀS COMPRAS
A TAM decidirá até 30 de junho a compra de 11 aeronaves para substituir os Fokker-100 de sua frota. Os fornecedores que disputam a venda são a Airbus e a Embraer, segundo o presidente da aérea, Marco Antônio Bologna, em entrevista ao jornalista João Dória Jr., que vai ao ar hoje na TV, às 23h.

AMÉRICA
Cerca de 260 funcionários brasileiros do Wal-Mart participam a partir de hoje da assembléia anual da rede varejista, no Arkansas, EUA.

RIO NO JARDINS
Foram quase seis meses de obra, sem contar outros tantos para encontrar o "ponto ideal". Mas, com um espaço de 300 m2, a cervejaria carioca Devassa abre no próximo dia 6 sua primeira filial em SP, nos Jardins. A nova casa se assemelha à sua fábrica, em detrimento do visual "botequim" das unidades no Rio. Outra novidade, guardada para a inauguração, será o lançamento de um quarto tipo de cerveja, com teor alcoólico maior -será uma India Pale Ale, diz Cello Macedo, um dos sócios. Haverá ainda a ampliação de um para cem pontos-de-venda da long neck da marca na cidade, entre restaurantes, bares e supermercados.

VOLTA NA VIDA
Ex-jogador de futebol campeão do mundo, o hoje empresário Paulo César Caju lançou sua autobiografia -"Dei a Volta na Vida" (Editora Girafa)- na semana que passou na Livraria da Vila da Casa do Saber, em São Paulo. No livro, Caju conta sua trajetória de altos -como jogador de grandes clubes nacionais e como um dos primeiros brasileiros a jogar na Europa, no Olympique de Marseille- e baixos -o envolvimento com drogas e álcool. Integrante da seleção campeã da Copa do México, em 1970, Caju hoje divide seu tempo entre a empresa ligada a esportes e as apresentações sobre sua história de superação. "Não preparo nada, minha palestra é só improviso", diz. Aos 57 anos, planeja sua festa de despedida do futebol, com craques da sua época, em Marselha, em uma arena na praia para 10 mil pessoas, em 18 de junho.

ALTA CONTÍNUA
O setor de vendas diretas no país manteve a trajetória de alta dos últimos anos e encerrou o primeiro trimestre com alta de 16% nas receitas ante o mesmo período de 2005 (gráfico à esq.), segundo a ABEVD (entidade do ramo). Ainda houve crescimento de 7,5% no volume de itens comercializados no período. O faturamento do comércio varejista no país, por exemplo, subiu 7,78% no período, segundo o IBGE.

VÍTIMA
Em relatório a clientes na sexta, a corretora Link, que tem como sócios os filhos de Luiz Carlos Mendonça de Barros, emitiu um comentário intitulado "Daniel Dantas é vítima, e não bandido". De autoria do economista Marcos Elias, o comentário conclui da seguinte forma: "Ou seja, descobri que DD pagou e vem pagando caro pela sua sofisticação e empreendedorismo, e que eu, como um títere, apontei por quantas vezes o dedo em seu nariz, acusando-o de Cragnotti [...] Peço -em carta pública- sinceras desculpas".

CELEBRAÇÃO
Maurício Botelho (Embraer), Rogério Oliveira (IBM) e Marcos Antônio Magalhães (Philips), entre outros, participam amanhã da comemoração de 30 anos da Accor no Brasil, na Sala São Paulo. O evento contará com o CEO mundial do grupo francês, Gilles Pélisson.

TEATRO
O Santander Banespa acertou parceria para apoiar a volta do diretor Cacá Rosset ao grupo Ornitorrinco. O banco investirá R$ 1,2 milhão em teatro neste ano.


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