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Alvo de novas denúncias, Daslu vê crise aumentar
Lojistas e representantes de grifes informam que queda nas vendas chega a 60%, mas contrato longo impede saída
Funcionários afirmam que
só promoção de eventos
atrai os consumidores, mas
empresa nega crise e informa
que faturamento cresceu
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cresce a crise na Daslu, a
maior loja de produtos de luxo
do Brasil. Quase um ano após a
inauguração do novo espaço de
17 mil metros quadrados, na Vila Olímpia, o centro comercial
já perdeu ao menos uma loja, o
faturamento está em queda e o
aluguel, atrasado.
A empresa nega, mas lojistas
e representantes de grifes relataram essa situação à Folha
-sob a condição de não serem
identificados nem terem suas
marcas reveladas.
A crise da Daslu começou em
julho do ano passado com a
megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal, que resultou na prisão, por 12 horas,
de Eliana Tranchesi, proprietária da butique, e na apreensão
de documentos. A situação se
agravou na semana passada
com nova denúncia de importação irregular feita pelo Paraná e por Santa Catarina.
A suspeita de irregularidade
atingiu, desta vez, a Columbia
Trading, empresa que a Daslu
escolheu para concentrar a importação de suas mercadorias.
A Justiça de Santa Catarina
entendeu que a importação de
R$ 1,7 milhão em bolsas das
grifes Gucci e Chanel, apreendida pela Receita no final de
2005, foi irregular porque a
trading teria tentado esconder
o real importador, no caso a
Daslu, que se livraria do pagamento de IPI. A Columbia informa que a operação foi regular e que recorreu da decisão da
Justiça, que determinou o perdimento da carga apreendida.
A crise na Daslu foi constatada pela reportagem na semana
passada em conversas com representantes de grifes estrangeiras no país, lojistas e vendedoras das marcas que estão
presentes no centro comercial.
O aluguel pago ao dono do
empreendimento, o grupo português Ergi, segundo a Folha
apurou, está atrasado. O grupo
não quis se manifestar, e a Daslu nega atraso no aluguel.
A Brooksfield Jr. decidiu sair
da Daslu. A Brooksfield informa que saiu do centro comercial porque o espaço onde estava, no terceiro andar do prédio,
é destinado a lojas infantis, e o
perfil da Brooksfield Jr. é de
roupas para jovens.
O que segura muitos lojistas
na Daslu, segundo a reportagem apurou, é o contrato (de
dois a cinco anos) com a butique. Quem romper o acordo
tem de pagar o aluguel até o
vencimento do contrato.
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