São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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Alvo de novas denúncias, Daslu vê crise aumentar

Lojistas e representantes de grifes informam que queda nas vendas chega a 60%, mas contrato longo impede saída

Funcionários afirmam que só promoção de eventos atrai os consumidores, mas empresa nega crise e informa que faturamento cresceu

FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI

DA REPORTAGEM LOCAL

Cresce a crise na Daslu, a maior loja de produtos de luxo do Brasil. Quase um ano após a inauguração do novo espaço de 17 mil metros quadrados, na Vila Olímpia, o centro comercial já perdeu ao menos uma loja, o faturamento está em queda e o aluguel, atrasado.
A empresa nega, mas lojistas e representantes de grifes relataram essa situação à Folha -sob a condição de não serem identificados nem terem suas marcas reveladas.
A crise da Daslu começou em julho do ano passado com a megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal, que resultou na prisão, por 12 horas, de Eliana Tranchesi, proprietária da butique, e na apreensão de documentos. A situação se agravou na semana passada com nova denúncia de importação irregular feita pelo Paraná e por Santa Catarina.
A suspeita de irregularidade atingiu, desta vez, a Columbia Trading, empresa que a Daslu escolheu para concentrar a importação de suas mercadorias.
A Justiça de Santa Catarina entendeu que a importação de R$ 1,7 milhão em bolsas das grifes Gucci e Chanel, apreendida pela Receita no final de 2005, foi irregular porque a trading teria tentado esconder o real importador, no caso a Daslu, que se livraria do pagamento de IPI. A Columbia informa que a operação foi regular e que recorreu da decisão da Justiça, que determinou o perdimento da carga apreendida.
A crise na Daslu foi constatada pela reportagem na semana passada em conversas com representantes de grifes estrangeiras no país, lojistas e vendedoras das marcas que estão presentes no centro comercial.
O aluguel pago ao dono do empreendimento, o grupo português Ergi, segundo a Folha apurou, está atrasado. O grupo não quis se manifestar, e a Daslu nega atraso no aluguel.
A Brooksfield Jr. decidiu sair da Daslu. A Brooksfield informa que saiu do centro comercial porque o espaço onde estava, no terceiro andar do prédio, é destinado a lojas infantis, e o perfil da Brooksfield Jr. é de roupas para jovens.
O que segura muitos lojistas na Daslu, segundo a reportagem apurou, é o contrato (de dois a cinco anos) com a butique. Quem romper o acordo tem de pagar o aluguel até o vencimento do contrato.


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