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Semana traz dados decisivos sobre economia americana
No Brasil, mercado aguarda resultado do IGP-M de maio
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana útil mais curta,
com o feriado americano hoje
do Memorial Day, dia em que o
país homenageia os mortos em
guerra, reduz o ritmo dos negócios em todo o mundo. O restante da semana, porém, traz
dados decisivos sobre a saúde
da economia dos EUA.
A divulgação mais esperada
sai na quarta, quando o Federal
Reserve (BC dos EUA) divulga
a ata de sua última reunião,
quando manteve os juros inalterados, pela sétima vez, em
5,25% ao ano. Qualquer preocupação -ou euforia- sobre a
inflação será motivo de forte
ajuste nos mercados de renda
fixa e variável de todo o mundo.
Investidores querem saber
se os juros americanos devem
cair ou não no segundo semestre. A dúvida levou a uma forte
oscilação no mercado de bônus
nas últimas semanas. Apenas
em maio, os juros dos títulos do
Tesouro dos EUA de dez anos
subiram de 4,65% para 4,86%
ao ano, resultado de uma revisão do consenso formado em
abril sobre corte de juros.
Mesmo centesimal, um aumento no juro da dívida americana costuma absorver dinheiro aplicado em investimentos
de maior risco -Bolsa americana, mercados e moedas de
emergentes, como o Brasil e o
real. Na semana passada, essa
foi uma das explicações para o
aumento do risco dos emergentes e a baixa na Bolsa.
"Com dados de atividade e
inflação nos EUA, o mercado
deve seguir com volatilidade alta, com a ata do Fed [Federal
Reserve] podendo alterar as expectativas", disse Julio Martins, diretor da Prosper Gestão
de Recursos.
Amanhã, sai o índice de Confiança do Consumidor americano de maio, dado importante
sobre expectativa de consumo
nos EUA. Na quinta-feira, o governo americano divulga a segunda revisão do PIB no primeiro trimestre, que deve apresentar crescimento de 0,7%.
Sexta-feira concentra os dados
sobre o mercado de trabalho,
renda, consumo e inflação nos
EUA. A expectativa é que a taxa
de desemprego de maio fique
nos mesmos 4,5% de abril. O
mercado local espera ainda um
leve aumento dos gastos pessoais e uma pequena diminuição da renda em abril.
Ainda na sexta, sai o núcleo
do PCE (Gastos Pessoais do
Consumidor, na sigla em inglês), indicador de inflação que
exclui variações sazonais nos
preços dos alimentos e dos
combustíveis. "O indicador é
um dos que mais sensibilizam
os membros do Fed em suas decisões", diz Elson Teles, economista da corretora Concórdia.
Juros e câmbio
No Brasil, o mercado segue
firme em seu consenso de corte
de 0,5 ponto para 12% nos juros
na reunião do Copom da próxima semana. Se a inflação vier
acima da expectativa, poderá
ser motivo para novos ajustes,
desta vez para uma redução de
apenas 0,25 nos juros.
A Fipe divulga hoje a terceira
prévia do IPC, que deve ficar
em 0,35% após alta de 0,25% na
mesma prévia de abril. Na
quarta, sai o IGP-M de maio, o
índice mais aguardado na semana. O mercado prevê alta de
0,10%. No mês passado, a alta
havia sido de apenas 0,04%.
A liquidação dos contratos de
câmbio na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros), na
quinta, pode trazer instabilidade para o dólar à vista. Isso porque operadores do mercado futuro costumam atuar nos negócios à vista para influenciar a
taxa que servirá para liquidar
suas posições na BM&F.
A Bolsa pode ter mais uma
semana de baixa. Sem novas
notícias para assegurar o otimismo, os investidores se sentem mais confortáveis com a
Bovespa abaixo dos 52 mil pontos.
(TONI SCIARRETTA)
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