São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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Semana traz dados decisivos sobre economia americana

No Brasil, mercado aguarda resultado do IGP-M de maio

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana útil mais curta, com o feriado americano hoje do Memorial Day, dia em que o país homenageia os mortos em guerra, reduz o ritmo dos negócios em todo o mundo. O restante da semana, porém, traz dados decisivos sobre a saúde da economia dos EUA.
A divulgação mais esperada sai na quarta, quando o Federal Reserve (BC dos EUA) divulga a ata de sua última reunião, quando manteve os juros inalterados, pela sétima vez, em 5,25% ao ano. Qualquer preocupação -ou euforia- sobre a inflação será motivo de forte ajuste nos mercados de renda fixa e variável de todo o mundo.
Investidores querem saber se os juros americanos devem cair ou não no segundo semestre. A dúvida levou a uma forte oscilação no mercado de bônus nas últimas semanas. Apenas em maio, os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de dez anos subiram de 4,65% para 4,86% ao ano, resultado de uma revisão do consenso formado em abril sobre corte de juros.
Mesmo centesimal, um aumento no juro da dívida americana costuma absorver dinheiro aplicado em investimentos de maior risco -Bolsa americana, mercados e moedas de emergentes, como o Brasil e o real. Na semana passada, essa foi uma das explicações para o aumento do risco dos emergentes e a baixa na Bolsa.
"Com dados de atividade e inflação nos EUA, o mercado deve seguir com volatilidade alta, com a ata do Fed [Federal Reserve] podendo alterar as expectativas", disse Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Amanhã, sai o índice de Confiança do Consumidor americano de maio, dado importante sobre expectativa de consumo nos EUA. Na quinta-feira, o governo americano divulga a segunda revisão do PIB no primeiro trimestre, que deve apresentar crescimento de 0,7%. Sexta-feira concentra os dados sobre o mercado de trabalho, renda, consumo e inflação nos EUA. A expectativa é que a taxa de desemprego de maio fique nos mesmos 4,5% de abril. O mercado local espera ainda um leve aumento dos gastos pessoais e uma pequena diminuição da renda em abril.
Ainda na sexta, sai o núcleo do PCE (Gastos Pessoais do Consumidor, na sigla em inglês), indicador de inflação que exclui variações sazonais nos preços dos alimentos e dos combustíveis. "O indicador é um dos que mais sensibilizam os membros do Fed em suas decisões", diz Elson Teles, economista da corretora Concórdia.

Juros e câmbio
No Brasil, o mercado segue firme em seu consenso de corte de 0,5 ponto para 12% nos juros na reunião do Copom da próxima semana. Se a inflação vier acima da expectativa, poderá ser motivo para novos ajustes, desta vez para uma redução de apenas 0,25 nos juros.
A Fipe divulga hoje a terceira prévia do IPC, que deve ficar em 0,35% após alta de 0,25% na mesma prévia de abril. Na quarta, sai o IGP-M de maio, o índice mais aguardado na semana. O mercado prevê alta de 0,10%. No mês passado, a alta havia sido de apenas 0,04%.
A liquidação dos contratos de câmbio na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), na quinta, pode trazer instabilidade para o dólar à vista. Isso porque operadores do mercado futuro costumam atuar nos negócios à vista para influenciar a taxa que servirá para liquidar suas posições na BM&F.
A Bolsa pode ter mais uma semana de baixa. Sem novas notícias para assegurar o otimismo, os investidores se sentem mais confortáveis com a Bovespa abaixo dos 52 mil pontos. (TONI SCIARRETTA)


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