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Paraguai quer vender energia no mercado
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Paraguai iniciou negociações com grandes consumidores livres de energia
elétrica no Brasil com o objetivo de vender o excedente
de produção de duas usinas
instaladas em solo paraguaio, as hidrelétricas de
Acaray e de Iguassú.
Carlos Mateo Balmelli, diretor-geral paraguaio da Itaipu Binacional, disse, sem revelar nomes, que as negociações estão adiantadas.
O governo brasileiro tem
dado apoio à ideia, mas recusa-se a aceitar uma mudança
no tratado binacional, que
permitiria à Ande (a Eletrobrás paraguaia) negociar
também energia de Itaipu.
Ontem, na sede da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), numa
entrevista coletiva com Mateo e Jorge Miguel Samek,
diretor-geral brasileiro da
Itaipu Binacional, o assunto
foi calorosamente discutido.
Samek disse que o tratado
não admite que a Ande negocie energia de Itaipu no Brasil. A contraparte paraguaia
defende uma interpretação
diferente, mas reconhece
que essa proposta paraguaia
só será acatada após consenso entre as partes.
O diretor brasileiro diz que
a estrutura atual está de
acordo com o tratado. Mas
não é o que pensa o Paraguai,
que sob o comando do presidente Fernando Lugo acentuou as pressões sobre o Brasil para a revisão do acordo.
"Essa é uma interpretação,
com todo o respeito, abusiva,
que deriva de uma situação
de predomínio [brasileiro]",
disse Balmelli, diretor paraguaio da usina binacional.
Segundo ele, autorizar o
Paraguai a vender energia de
Itaipu no Brasil é algo possível e que requereria apenas
um plano para comercialização gradual. "Não estamos
aqui como mendigo, não estamos aqui com a mão aberta, queremos, com igualdade
de oportunidades, fazer negócios no Brasil", disse.
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