São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Dólar é cotado abaixo de R$ 2 pela 1º vez desde outubro

Moeda encerra dia com queda menor, a R$ 2,015

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar comercial ensaiou ficar abaixo de R$ 2 ontem, mas não conseguiu sustentar essa queda até o final do expediente. Durante a sessão, caiu quase 1%, vendido a R$ 1,998, mas diminuiu o ritmo de baixa no encerramento para 0,14% e fechou a R$ 2,015. É o menor valor desde 1º de outubro.
A Bovespa também chegou a subir mais de 2%, até o patamar de 53.092, porém terminou o pregão em baixa de 0,09%, aos 51.791 pontos.
Como tem feito diariamente, o Banco Central realizou um leilão de compra de divisas no mercado à vista, mas a intervenção não deteve a moeda.
Operadores dizem achar, no entanto, que a atuação ficará mais agressiva à medida que as cotações tentarem retornar para os níveis em que estavam antes do agravamento da crise econômica internacional, em meados de setembro último. Diversos membros do governo têm reclamado da desvalorização do dólar, que diminui as receitas dos exportadores, mas o BC afirma que o câmbio é flutuante e não tem intenção de, por meio dos leilões que faz, mexer nas cotações de qualquer forma.
"O BC alterou o seu sistema, então já não é possível verificar os volumes adquiridos nas operações. Com a justificativa de continuar reforçando as reservas internacionais, deve aumentar as compras", diz Mário Battistel, gerente de câmbio da corretora Fair.
Essa é a única maneira de impedir uma apreciação ainda maior do dólar ante o real, na visão dos especialistas, porque faltam compradores de moeda no mercado.
"O mercado está sendo inundado por dólares de investidores atraídos para o Brasil pelas perspectivas de rendimento. É só fazer as contas. A [taxa básica] Selic está em 10,25%, e a inflação, perto de 4,5% ao ano. Pagamos os maiores juros do mundo. Em alguns lugares, como nos próprios EUA, o retorno está quase negativo. Além disso, existe a propaganda de que o país é mais confiável atualmente", diz Battistel.
Uma parte desses recursos tem como destino a Bolsa de Valores de São Paulo, que acumula ganhos de quase 38% neste ano.
Ontem, a Bovespa rompeu uma sequência de três sessões de alta devido ao nervosismo em Wall Street após a hipótese de concordata da GM ter se tornado mais factível. A Bolsa de Nova York recuou 2,05%, e a Nasdaq (em que se negociam ações de empresas do setor de tecnologia) caiu 1,11%.
Tendo a Bolsa brasileira avançado quase 10% no mês, cresce o número de analistas que esperam uma realização de lucros nos próximos dias, sem que isso signifique uma mudança de tendência.
(DENYSE GODOY)


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