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Dólar é cotado abaixo de R$ 2 pela 1º vez desde outubro
Moeda encerra dia com
queda menor, a R$ 2,015
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar comercial ensaiou ficar abaixo de R$ 2 ontem, mas
não conseguiu sustentar essa
queda até o final do expediente.
Durante a sessão, caiu quase
1%, vendido a R$ 1,998, mas diminuiu o ritmo de baixa no encerramento para 0,14% e fechou a R$ 2,015. É o menor valor desde 1º de outubro.
A Bovespa também chegou a
subir mais de 2%, até o patamar
de 53.092, porém terminou o
pregão em baixa de 0,09%, aos
51.791 pontos.
Como tem feito diariamente,
o Banco Central realizou um
leilão de compra de divisas no
mercado à vista, mas a intervenção não deteve a moeda.
Operadores dizem achar, no
entanto, que a atuação ficará
mais agressiva à medida que as
cotações tentarem retornar para os níveis em que estavam antes do agravamento da crise
econômica internacional, em
meados de setembro último.
Diversos membros do governo
têm reclamado da desvalorização do dólar, que diminui as receitas dos exportadores, mas o
BC afirma que o câmbio é flutuante e não tem intenção de,
por meio dos leilões que faz,
mexer nas cotações de qualquer forma.
"O BC alterou o seu sistema,
então já não é possível verificar
os volumes adquiridos nas operações. Com a justificativa de
continuar reforçando as reservas internacionais, deve aumentar as compras", diz Mário
Battistel, gerente de câmbio da
corretora Fair.
Essa é a única maneira de impedir uma apreciação ainda
maior do dólar ante o real, na
visão dos especialistas, porque
faltam compradores de moeda
no mercado.
"O mercado está sendo inundado por dólares de investidores atraídos para o Brasil pelas
perspectivas de rendimento. É
só fazer as contas. A [taxa básica] Selic está em 10,25%, e a inflação, perto de 4,5% ao ano.
Pagamos os maiores juros do
mundo. Em alguns lugares, como nos próprios EUA, o retorno está quase negativo. Além
disso, existe a propaganda de
que o país é mais confiável
atualmente", diz Battistel.
Uma parte desses recursos
tem como destino a Bolsa de
Valores de São Paulo, que acumula ganhos de quase 38% neste ano.
Ontem, a Bovespa rompeu
uma sequência de três sessões
de alta devido ao nervosismo
em Wall Street após a hipótese
de concordata da GM ter se tornado mais factível. A Bolsa de
Nova York recuou 2,05%, e a
Nasdaq (em que se negociam
ações de empresas do setor de
tecnologia) caiu 1,11%.
Tendo a Bolsa brasileira
avançado quase 10% no mês,
cresce o número de analistas
que esperam uma realização de
lucros nos próximos dias, sem
que isso signifique uma mudança de tendência.
(DENYSE GODOY)
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