São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 2002

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TRABALHO

Taxa de maio para a região metropolitana de SP é a maior já medida pelo instituto; no país, índice foi de 7,7%

Desemprego de SP bate recorde, diz IBGE

RICARDO REGO MONTEIRO
DA SUCURSAL DO RIO

O desemprego na região metropolitana de São Paulo apresentou a maior taxa desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a medir o indicador no país, em maio de 1982. Em maio deste ano, 9,2% da população economicamente ativa estava desempregada na região metropolitana de São Paulo.
A economista responsável pelo Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE, Shyrlene Ramos de Souza, afirmou que o resultado foi decisivo para a taxa de 7,7% de desemprego apontada em maio nas seis regiões metropolitanas englobadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do instituto -São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.
São Paulo responde por 53% do total de trabalhadores desempregados das seis regiões pesquisadas. Por isso, a influência do resultado do Estado para o indicador nacional, segundo Shyrlene.
Em relação a abril deste ano, quando a taxa das seis regiões foi de 7,6%, o resultado nacional praticamente manteve-se estável. Em maio do ano passado, o desemprego estava em 6,9% .
A taxa de desemprego é medida a partir do contingente da população economicamente ativa do país. Ela leva em conta, além da taxa de ocupação, o total de pessoas à procura de trabalho, medido pela taxa de desocupação.
No resultado nacional, a taxa que mede o total de pessoas ocupadas teve ligeira variação positiva, de 1,9%, em maio deste ano em comparação com maio de 2001. O problema, segundo Shyrlene, é que a taxa de desocupação aumentou mais no mesmo período, quando apresentou variação de 16,7%.
A economista do IBGE afirmou que, na prática, isso quer dizer que o número de vagas criadas no mercado de trabalho tem sido insuficiente para compensar o contingente de desempregados.
Isso se repete no desemprego da região metropolitana de São Paulo, onde o total de pessoal ocupado ficou praticamente no mesmo patamar de maio de 2001, o que resultou em ligeira variação de 0,3% em maio deste ano. Ao mesmo tempo, a taxa de pessoal desocupado aumentou 33,3% no período.
Em termos de ocupação, os serviços se constituíram no único segmento produtivo de São Paulo a apresentar variação positiva, de 2,9%, também na comparação com maio do ano passado.
Os grandes responsáveis pela fraca taxa de ocupação foram os setores de construção civil e a indústria, que reduziram, respectivamente, em 11,8% e 4,2% o número total de empregados.



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