São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 2002

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Caubói extravagante dirigia a WorldCom

DA REPORTAGEM LOCAL

O escândalo da WorldCom parece ser o último ato para um dos executivos mais extravagantes dos EUA. Bernie Ebbers, 60, saiu da empresa em abril deste ano depois de transformá-la em uma das maiores do setor nos EUA e no mundo -tudo isso vestido de caubói.
Ebbers costumava se apresentar para as reuniões -que ele iniciava sempre com uma prece- vestido como um vaqueiro. Nada de mais para um homem que, antes de assumir a WorldCom, havia sido leiteiro, leão-de-chácara, técnico de basquete e barman.
O mais absurdo seria, nessa época, alguém dizer que Ebbers pensaria seriamente na possibilidade de comprar a British Telecom, uma das maiores empresas de telefonia do planeta. Perderia quem apostasse contra esse absurdo. De fato, ele, à frente da WorldCom, quase comprou a BT, depois de alçar a sua empresa à segunda posição do setor nos EUA, com 60 aquisições no país.
Ironia, Ebbers comandava uma empresa fundamentalmente baseada em tecnologia, mas era extremamente avesso a ela. Até 2001, Bernie Ebbers se recusava a usar e-mails, celulares ou pagers.
Hoje com uma fortuna avaliada em US$ 1,4 bilhão, Ebbers deve cerca de US$ 400 milhões à própria WorldCom, por causa de um empréstimo pessoal. Esse empréstimo, aliás, é o motivo pelo qual ele é, desde abril, apenas o ex-presidente da empresa.
Em sua cidade, Brookhaven, no Mississipi, as pessoas estão preocupadas com ele. Dizem que Ebbers não é capaz de ser responsável pelo escândalo da WorldCom. Talvez o motivo do apoio seja outro: ele é sócio de diversos negócios na cidade, desde uma madeireira até um clube de campo.



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