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ROTA
Para o presidente do Banco Central, dados do mês
passado devem mostrar que setor atingiu o pico de produção
Meirelles diz que expansão industrial foi maior em maio
MARCELO BILLI
ENVIADO ESPECIAL À BASILÉIA
A indústria brasileira atingiu,
em maio, seu pico histórico de
produção, segundo informa o
presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles. Para ele, o resultado, se confirmada sua previsão, reforça a tendência de expansão da economia brasileira.
A produção industrial de maio
será divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na próxima semana. Segundo Meirelles, os dados de
maio mostrarão que o volume de
bens produzidos pela indústria
nacional foi o maior já registrado
pela pesquisa mensal do instituto.
Em abril, a indústria nacional
produziu praticamente o mesmo
volume de produtos do que em
março -o crescimento registrado foi de 0,1%. Ainda assim, a avaliação de economistas tanto do
governo quanto do setor privado
foi que o desempenho foi positivo, já que a taxa de crescimento de
março havia sido alta, atingindo
2,1%. Nos primeiros quatro meses do ano, o setor cresceu 6,1%
sobre igual período de 2003.
Quem puxa a recuperação
"O setor de bens de capital lidera a recuperação, o que é um indicador muito saudável", disse Meirelles, que está na Basiléia participando da reunião trimestral do
BIS (sigla em inglês para Banco de
Compensações Internacionais).
Ele argumenta que vários países
que enfrentaram crises externas
ou de confiança como as que o
Brasil teve de enfrentar nos últimos anos registraram desempenhos distintos do da economia
brasileira. "Ao contrário de outros países, o Brasil já está crescendo com expansão da capacidade produtiva da indústria."
Questionado se a taxa de juros
ainda não é alta demais e se o Brasil não perdeu a oportunidade de
reduzi-la mais do que o fez nos últimos meses, Meirelles responde
utilizando dados do desempenho
econômico dos últimos trimestres. "Crescemos a uma taxa
anualizada de 6,1% no primeiro
trimestre, o que mostra que o BC
agiu bem na condução da política
monetária", diz.
Meirelles também enfatizou o
fato de que, pela primeira vez, a
economia brasileira cresce com
redução da vulnerabilidade externa, devido ao aumento das exportações e à melhora nos indicadores brasileiros. "É a primeira vez
em muito tempo que crescemos
com fundamentos sólidos, com
redução da vulnerabilidade externa e com a adoção de um superávit [primário] sustentável."
Mais investimentos
Segundo o presidente do BC, a
expansão econômica brasileira
deve atrair mais investimentos estrangeiros para o país.
Comentando a queda na entrada de investimentos no mês de
maio, quando eles ficaram em
US$ 207 milhões, Meirelles disse
que o resultado foi o reflexo de decisões tomadas no passado, quando não estava claro que a economia brasileira retomaria a trajetória de expansão.
Na sua avaliação, os investimentos que o país atrairá a partir
de agora terão um perfil mais
equilibrado. Ao contrário da década de 90, quando o dinheiro
que entrava no país financiava
principalmente os setores financeiro e de serviços públicos, a partir de agora, na análise do presidente do BC, deve haver mais
equilíbrio entre investimentos
nesses setores e em outros dedicados à exportação de bens e à produção para o mercado interno.
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