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AGRONEGÓCIO
Indenizações chegam a 881,6% das receitas da carteira
Quebra de safra fez explodir risco do seguro agrícola
DA REPORTAGEM LOCAL
A expansão do agronegócio foi
acompanhada, neste ano, do aumento do risco de perdas na produção agrícola decorrentes de
efeitos climáticos. A taxa de sinistralidade da carteira de seguro
agrícola bateu em 881,67% de janeiro até abril. Nos 12 meses de
2003, esse índice foi 115,78%.
Essa taxa mede o percentual de
gastos das seguradoras com as indenizações pagas em relação ao
total da receita arrecadada com a
venda do seguro.
A seca ocorrida no Sul e as fortes
chuvas no Centro-Oeste no início
deste ano devem provocar uma
quebra na safra de grãos, segundo
a Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento).
De acordo com o último levantamento realizado pela Conab,
em abril, a produção de grãos no
país deve ficar em 120,1 milhões
de toneladas, número 2,5% menor do que os 123,1 milhões de toneladas da safra passada.
Nem toda essa produção, entretanto, estava protegida contra as
intempéries. "O seguro agrícola é
de alto risco e o agricultor não está
acostumado a se preocupar com
isso", diz Walter Malieni, diretor
comercial da Aliança do Brasil, seguradora controlada pelo Banco
do Brasil.
A Aliança lançou o seguro há
quatro anos e totalizou 10 mil segurados e um faturamento de R$
15 milhões para cobertura da safra 2003/2004.
O seguro cobre apenas riscos
climáticos e exclui perdas por
pragas. Em algumas regiões, como no sul do país, o risco é tão alto que o preço do seguro fica inviável para o produtor, segundo
Malieni. "Nossa luta é disseminar
a cultura do seguro agrícola, principalmente entre os pequenos e
médios produtores que não têm
recursos para agüentar uma quebra de safra", diz ele.
Neste ano, a Aliança deverá pagar R$ 70 milhões em indenizações no oeste paranaense, Mato
Grosso do Sul e na região sul. No
Paraná, as perdas atingiram R$ 39
milhões - a maior fatia das indenizações a serem pagas pela seguradora.
Financiamento
Além do seguro agrícola, o mercado oferece outras coberturas
aos produtores rurais. Esse segmento está dividido entre duas seguradoras, basicamente : a Aliança, com 66,6% do mercado, e a
Cosesp (Companhia de Seguros
do Estado de São Paulo).
Alguns dos produtos da Aliança
estão vinculados aos financiamentos do BB. Já as coberturas da
Cosesp não estão vinculadas ao
crédito bancário. Ela oferece seguros de animais, de bens e equipamentos e de culturas específicas como café e viticultura.
Uma das carteiras mais procuradas da Aliança é o seguro de vida do produtor. Trata-se de um
seguro opcional contratado junto
com o financiamento que o produtor faz no Banco do Brasil. O
seguro cobre os débitos financeiros contraídos no banco em caso
de morte do produtor.
Com 250 mil segurados, a carteira que vence neste mês faturou
R$ 47 milhões em prêmios. "O seguro vence junto com a operação
de crédito contratada para a safra
2003/2004", explica Malieni.
Outra modalidade é o seguro de
bens e equipamentos -também
vinculada aos financiamentos do
BB. Esse seguro é obrigatório e visa proteger o patrimônio dado em
garantia do crédito agrícola.
(SB)
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