Em meio à turbulência, Claudio Vaz, presidente do Ciesp, dá partida a um programa de encontros de empresários com lideranças políticas. O primeiro será em Campinas, no dia 7 de julho, com o PFL. Em seguida, será a vez do PSDB.
No encontro do dia 7, já estão confirmadas as presenças de Jorge Bornhausen, presidente do PFL, do presidenciável Cesar Maia e de diversos parlamentares, como José Agripino, José Carlos Aleluia e Rodrigo Maia.
Segundo Vaz, o objetivo é levar os partidos políticos ao mundo da produção para que eles tenham contato com as expectativas do empresário. A expectativa é que pelo menos 600 empresários participem do encontro.
Vaz afirma que esse encontro não tem nada a ver com a crise política, embora admita que ela certamente será um dos principais temas. Ele diz, no entanto, que os encontros já estavam sendo articulados antes da crise.
O presidente do Ciesp disse ainda que preferiu promover o encontro em Campinas para poder atrair mais o empresário do interior, onde se concentra o crescimento da indústria. Campinas é cercada por grandes centros industriais.
O encontro de lideranças políticas com empresários promovido pelo Ciesp pode ser interpretado também de duas formas.
A primeira, com o sentido de fixar a posição do Ciesp como a principal entidade da indústria no interior de São Paulo, onde estão os principais centros da entidade e onde ele não enfrenta a competição direta da Fiesp, concentrada em São Paulo.
A outra forma é a de estreitamento dos vínculos do Ciesp com os principais partidos de oposição ao governo, o PFL e o PSDB, embora Vaz diga que irá promover encontros com todos, incluindo o PMDB e o PT.

NIRVANA EM SP
Os executivos estressados de São Paulo são o próximo alvo do espaço Nirvana, um megaempreendimento no Rio voltado para a prática de ioga e de diversas terapias alternativas. "Onde há uma atmosfera de negócios intensa, como em São Paulo, o nível de estresse é elevado. Existe uma grande demanda reprimida na cidade", afirma Isabela Fortes, uma das sócias do espaço. A chegada do centro a São Paulo, diz, ainda depende da definição do local. Antes de SP, porém, o espaço inaugura uma nova unidade no Rio, no Barrashopping, em setembro. Fortes, que deixou um banco para viver em um mosteiro na Índia, comanda o centro ao lado do empresário Marcos Wettreich, criador do iBest.

SETOR AQUECIDO
Um dos principais demandantes de bens de capital, o setor de petróleo continua aquecido. A Jaraguá irá fornecer 11 novos trocadores de calor para a Petrobras, que serão destinados à plataforma P-51. O valor do contrato ultrapassa R$ 20 milhões.

NOVA FASE
A Persico, do ramo de tubos de aço, se tornou uma das primeiras empresas a se beneficiar da nova Lei de Falências. Decisão na 22ª Vara Cível (central) de SP publicada ontem no Diário Oficial aprovou o plano de recuperação da gestora da massa falida.

PARCERIA COLOMBIANA
O governo colombiano quer intensificar as relações comerciais com o Brasil. Com esse objetivo, lançará uma campanha publicitária para divulgar o país no Brasil. "Queremos acabar com a imagem violenta que o país ainda tem aqui", afirma Maria Elvira Pombo, diretora do escritório comercial da Colômbia no Brasil. Ela diz que empresas brasileiras já investem no país para utilizá-lo como plataforma de exportação aos EUA.

FAÇAM AS CONTAS
Já chegam a dez as investigações do governo Lula. Só de CPI são três (Correios, Bingo e "mensalão"). Há ainda as da PF, do Ministério Público, da Corregedoria da União, dos Correios, do IRB e duas da Câmara. É difícil imaginar que não dará em nada.

ANIVERSÁRIO
Completa um ano hoje o lançamento do PIBB, o fundo popular de ações do BNDES. No período, o PIBB se valorizou 30,2%, enquanto o Ibovespa subiu 24%.

DIA D
A pedido do Citigroup e dos fundos de pensão, a Brasil Telecom marcou para 27 de julho reunião extraordinária do conselho de administração. A expectativa é que, nesse dia, o Citi e os fundos destituam o Opportunity da gestão operacional da BrT.

ENCONTRO FECHADO
Antes do embarque a Brasília para encontrar hoje o presidente Lula, Nicholas Negroponte se reuniu ontem, em SP, no Instituto Fernando Henrique Cardoso, com 12 educadores. Ele veio ao Brasil para apresentar o seu projeto de laptop por US$ 100.

EFEITO POLÍTICO
As incertezas quanto ao futuro da União Européia, após França e Holanda rejeitarem a Constituição do bloco, levaram a EIU (Economist Intelligence Unit) a revisar para baixo a cotação do euro ante o dólar (gráfico à esq.). Para o instituto, ao menos no curto prazo, essa questão receberá mais atenção dos investidores do que os déficits dos EUA, até então a "bola da vez" em preocupação. Para o EIU, o dólar só deve começar a cair em 2006.

PROCESSO DOS ANÉIS
Mais de um ano após o fim da trilogia "O Senhor dos Anéis", a saga dos hobbits ganha novo capítulo, mas, agora, fora das telas. O diretor Peter Jackson entrou com processo contra a New Line, que financiou e distribuiu a trilogia, em que a acusa de ter fraudado o faturamento com o primeiro filme, "A Sociedade do Anel", de 2001. Estima-se que Jackson, cujo próximo filme no cinema é um remake de "King Kong", tenha deixado de receber cerca de US$ 100 milhões da produtora.

"A usina das injustiças"
Foi ontem para a gráfica o livro de 129 páginas intitulado "A Usina das Injustiças - Como um Só Homem Está Destruindo uma Cidade Inteira", da Geração Editorial (de Luiz Fernando Emediato). Em 14 capítulos, o livro relata o que ocorreu em Volta Redonda depois da privatização da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), considerada um dos marcos da industrialização do país.
De autoria do jornalista Ricardo Tiezzi, o livro faz uma série de denúncias contra o empresário Benjamin Steinbruch, presidente da CSN. "Ele é visto como um capeta na cidade", diz Emediato, que define o livro como uma grande reportagem, a partir de depoimentos de pessoas que vivem na cidade. O prefácio é de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical. "O livro vai mostrar quem ele [Steinbruch] é", diz Paulinho, que quer lançar o livro no dia 4, em grande estilo, em Volta Redonda e em SP.


Próximo Texto: Gasto do setor público com juros sobe 25%
Índice