São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2005

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Dívida externa das empresas cai 48%, diz Levy

DA SUCURSAL DO RIO

Com lucros em alta e expansão do crédito no Brasil, as empresas do país estão recorrendo menos aos financiamentos no exterior e aproveitando a sobra de caixa para pagar dívidas contraídas em moeda forte.
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, o endividamento externo das companhias brasileiras caiu de US$ 115 bilhões para US$ 60 bilhões nos últimos cinco anos. É uma redução de 48%.
Levy considera que a queda é uma tendência mundial, em razão dos crescentes lucros das companhias num período de prosperidade econômica em quase todo o planeta.
"É um fenômeno mundial, que no Brasil, em particular, acelerou-se", disse Levy, que participou ontem, no Rio, do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Suíça.
Para ele, tal fenômeno é responsável pelo recuo das taxas de juros no mundo, pois a demanda por crédito está declinante.
Para o secretário do Tesouro, as "empresas estão diminuindo a alavancagem" e, em parte, trocando crédito do exterior por empréstimos no país.
Há, de acordo com Levy, um outro movimento: o de alongamento das dívidas, com empréstimos curtos sendo substituídos por financiamentos de prazo mais longo.
O crescimento do crédito no Brasil e as melhores "condições financeiras" que o país apresenta atualmente, diz, também motivam empresários a preferir se endividar no mercado doméstico a renovar suas linhas de crédito no externo.
"Não é difícil hoje tomar dinheiro. O mercado [externo] está aberto", avalia Levy. Ainda assim, a expansão do crédito no Brasil tem assegurado uma maior procura por financiamentos locais, em reais.
Levy acredita que, no futuro, as empresas até poderão voltar a se endividar mais no exterior ou no mercado doméstico, já que terão maior disponibilidade de recursos em caixa porque estarão gastando menos com os juros da dívida atual.
O secretário afirmou, porém, que esse possível aumento da dívida, no futuro, não deve dar problemas para a rolagem de vencimentos dos débitos.
Levy disse ainda que, do modo que o endividamento público tem caminhado nos últimos três anos, o país chegará ao nível considerado ideal da relação dívida/PIB, de 40%. (PEDRO SOARES)

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