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BARRIL DE PÓLVORA
Demanda forte e preocupação com política do novo presidente do Irã para o setor causaram nova alta
Petróleo fecha acima de US$ 60 pela 1ª vez
DA REDAÇÃO
O barril de petróleo fechou ontem acima de US$ 60 pela primeira vez na Bolsa de Nova York,
após atingir pico de quase US$ 61
durante o dia. Além da preocupação com o aumento da demanda,
a eleição de Mahmoud Ahmadinejad para a Presidência do Irã
ajudou a aumentar os preços.
O petróleo atingiu US$ 60,95
durante o dia ontem e fechou em
alta de 1,2%, a US$ 60,54 em Nova
York. O barril do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres, fechou ontem cotado a US$ 59,30,
alta de 1,6%.
Os altos preços do petróleo têm
ameaçado desacelerar a economia mundial, mas o crescimento
ainda continua forte. A força da
economia mundial tem levado os
investidores em petróleo a testar a
demanda com preços cada vez
mais altos, que vêm sendo absorvidos, segundo analistas.
Somente uma desaceleração
mais forte na economia dos países, acompanhada de uma queda
na demanda por petróleo, faria os
preços baixarem, de acordo com
essa análise.
"O mercado está testando para
ver que níveis de preços essa demanda pode agüentar", disse
Naohiro Niimura, vice-presidente de produtos derivativos do Mizuho Corporate Bank.
"A única cura para os preços altos são, na verdade, preços altos",
segundo Nauman Barakat, da
Refco. "Se você olhar para a demanda globalmente, os preços altos tiveram pouco impacto negativo", completa.
A eleição de Mahmoud Ahmadinejad, candidato ultraconservador à Presidência do Irã, aumentou as preocupações com a capacidade do país de aumentar sua
produção de petróleo.
O Irã, segundo maior produtor
da Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), precisa de investimentos e tecnologia
estrangeira para poder aumentar
a sua produção, segundo analistas, mas Ahmadinejad afirma que
favorecerá investimentos domésticos no setor.
Outro fator citado nas últimas
semanas como responsável pela
alta do petróleo é a preocupação
com a capacidade de refino. Investidores dizem que as refinarias
operam com pouca capacidade
excedente e que podem ter problemas para atender a demanda
forte por destilados (gasolina, diesel e óleo para aquecimento) no
quarto trimestre.
A Opep diz que está atendendo
a demanda por petróleo bruto e
que o problema é o gargalo nas refinarias. A organização aumentou
seu teto de produção em 500 mil
barris diários no começo do mês e
pode aprovar outro aumento na
próxima semana.
As decisões da Opep, no entanto, têm tido pouco ou nenhum
efeito no mercado, já que analistas dizem que os aumentos são
simbólicos e que os países do grupo já produzem perto de sua capacidade total.
Snow
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, disse
ontem que a economia norte-americana continuaria crescendo
a uma taxa saudável e que se
adaptaria ao petróleo caro.
"Nós vamos ver, a US$ 60 o barril, muita adaptação no mercado", afirmou Snow, que avaliou
ainda que os altos preços do combustível deverão encorajar a descoberta de novas reservas de petróleo e também a busca de combustíveis alternativos.
Com agências internacionais
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