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PRODUÇÃO SAUDÁVEL
Bom preço e consumidor cativo contribuem para expansão
Canola ganha espaço no Sul do país
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Mercado cativo e em expansão e
bons preços mínimos estão fazendo o plantio da canola no Rio
Grande do Sul passar de 9.600
hectares em 2002 para 13,5 mil
hectares em 2004 e uma estimativa de 20 mil hectares em 2005.
Conhecido como óleo saudável
(por fazer bem para as coronárias) e propício à produção de
biodiesel, a canola é considerada
um produto com forte potencial
de crescimento.
Os gaúchos, seguidos de paranaenses e goianos, são os principais produtores do grão, que tem
entre 24% e 27% de proteína e entre 34% e 40% de óleo. No Paraguai, que exporta quase a totalidade da produção para o Brasil (cerca de 42 mil toneladas), a cultura
cresce de forma ainda mais acelerada, já chegando a 60 mil hectares nesta safra -foi de 30 mil hectares no ano passado.
Para esses produtores, inclusive
os do Paraguai (que em sua maioria são brasileiros), quem presta
consultoria é a Embrapa Trigo, de
Passo Fundo (RS).
""As vantagens são grandes. Da
canola é obtido biodiesel, óleo vegetal e ração animal. No caso do
óleo vegetal, o consumidor que já
descobriu os benefícios para a
saúde é fiel", diz Gilberto Omar
Tomm, responsável pelas pesquisas da Embrapa de Passo Fundo.
"O Protocolo de Kyoto prevê
que, até o ano 2008, cada litro de
diesel contenha 2% de biodiesel.
Na Europa, a canola já é usada como biodiesel em alta escala."
Os benefícios para a saúde do
óleo de canola vêm do baixo teor
de gorduras saturadas, o que ajuda a evitar doenças cardíacas.
Em relação à soja -o custo da
produção da canola é 30% superior-, além das vantagens de
atingir um consumidor cativo, há
o fator da complementaridade.
De acordo com Tomm, pode-se
produzir soja no verão e canola
no inverno -a semeadura ocorre
entre abril e maio, e a colheita, em
outubro.
Como garantia ao produtor de
canola, o preço mínimo estabelecido pela indústria é de R$ 33 a saca (60 quilos). No ano passado, a
saca era vendida a R$ 39,50. Neste
ano, o valor dos mesmos 60 quilos
está em cerca de R$ 35. A produtividade média é de 18 a 25 sacas
por hectare.
Com uma possível popularização do produto, esse preço deve se
reduzir nos próximos anos, pela
maior procura. Por enquanto, porém, os produtores consideram
compensador. A Embrapa não
tem o número atual de consumidores no Brasil.
Tomm afirma que a popularização do produto no país ocorrerá,
também, porque o cerrado (centro do país) aceita bem o produto.
Um fator circunstancial que favorece o otimismo dos produtores é a estiagem que atingiu o Rio
Grande do Sul no início do ano e
sacrificou mais de 70% da produção de soja. A canola pode ser beneficiada por essa situação.
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