São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Cai chance de recessão nos EUA, aponta índice

No início deste ano, quando economistas, investidores do mercado financeiro, empresários, políticos e quem tivesse espaço para manifestar sua opinião apontavam desesperadamente para a iminência de uma recessão nos EUA, a professora brasileira Marcelle Chauvet, da Universidade da Califórnia em Riverside, era uma das poucas vozes dissonantes.
Ao analisar o modelo matemático que desenvolveu -o único que avalia, em tempo real (de acordo com a disponibilidade dos dados), as probabilidades de recessão na economia americana-, Chauvet dizia que os sinais eram de uma desaceleração, mas não de retração.
Os cálculos não consideram a variável "sentimento das pessoas", apenas índices sobre a atividade da indústria, renda do trabalhador, mercado de trabalho e vendas de produtos manufaturados. "Entre dezembro e janeiro, todo mundo entrou em pânico achando que era o fim do mundo, quando o modelo não estava indicando isso", diz a pesquisadora. "Da mesma maneira, agora, o clima começou a ficar mais sossegado, porém não há razão para tanta tranqüilidade. A situação não é boa", afirma.
Após atingir um pico em fevereiro, o seu indicador de probabilidades de recessão nos EUA voltou a cair em março, atingindo 39,33%. Em geral, uma retração está configurada quando as chances passam de 50% por dois meses consecutivos. "Vimos certo desaquecimento da economia, mas a possibilidade de recessão já está decrescendo. A não ser que algo excepcional ocorra, o risco deve continuar a trajetória de queda", explica Chauvet, alertando em seguida: "No entanto, diversas vezes, na história do país, houve ameaça de retração que se mostrou apenas desaceleração. Meses depois, no entanto, veio a recessão de fato." A chance de a diminuição do ritmo de crescimento virar retração é de 48%.
Por isso, a professora classifica o atual momento da economia americana como "perigoso". "Alguém que está gripado precisa se cuidar para não acabar tendo pneumonia", diz.
Segundo ela, a economia americana está fragilizada, com vários setores enfraquecidos. "Não dá para relaxar. Se acharem que vão perder o emprego, os consumidores param de gastar. Se não souberem que as vendas vão aumentar, os investidores param de investir", diz. "Fica tudo suspenso para ver o que acontece."
Para Chauvet, as atenções estarão concentradas, nos próximos meses, no desempenho da economia global, nos preços das commodities agrícolas e do petróleo, cuja disparada está provocando inflação no mundo. Caso os preços avancem demais, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), não terá outra saída a não ser elevar a sua taxa básica de juros -ameaçando, com o aperto, provocar recessão nos primeiros meses de 2009.
"As atitudes tomadas pelo Fed foram apropriadas", diz. "Quando estendeu a mão aos bancos em dificuldades, sua intenção não era salvá-los, mas conter expectativas de que o sistema financeiro pudesse entrar em colapso. O mercado precisa de credibilidade, passada pela instituição."

JOGA FORA NO LIXO

A Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, expande o projeto "Casa Limpa". Federico Botto, presidente da Ecovias, diz que, em alguns casos, a coleta de lixo realizada pelas prefeituras não chega às comunidades próximas às estradas e que o descarte é feito nos acostamentos. Para resolver o problema, a empresa faz parcerias com os municípios, orienta moradores e disponibiliza locais específicos para depositar o lixo. O serviço de coleta da prefeitura, então, passa nesses lugares e recolhe a sujeira. A meta é atender 12 comunidades ao longo da Imigrantes. "Nossa intenção é ter uma rodovia mais limpa e melhorar a qualidade de vida, de higiene e de saúde das pessoas", diz Botto.

PLATAFORMA
A Ticket vai investir R$ 10 milhões para desenvolver uma plataforma de serviços que ampliará as funções do cartão Ticket Car, que permite a gestão de despesas de veículos. O produto também terá chip de segurança.

ORIENTE
O ministro japonês Akira Amari (Economia, Indústria e Comércio) visita na segunda a usina Costa Pinto, da Cosan, em Piracicaba. Ele conhecerá a produção de cana-de-açúcar e álcool.

SHOPPING
O fundo de pensão Funcef assina, na segunda, contrato para a construção de um shopping ecologicamente correto na região de Diadema (SP). Em sociedade com a R3 Investimentos, a fundação vai destinar R$ 80 milhões ao projeto.

NUCLEAR
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, discute projeto de retomada da construção da usina Angra 3 em debate do Lide (grupo de líderes), na segunda, em SP.

NA TV
Mônica Monteiro, diretora da produtora Cinevideo, que acaba de formar joint venture com a Soico (Sociedade Independente de Comunicação), grupo privado de comunicação de Moçambique; a parceria prevê projetos de campanhas educacionais a serem veiculadas pela televisão moçambicana; o primeiro trabalho será sobre educação alimentar, feito com o Sesi

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