São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Aneel licita linhas com menor deságio desde 2003

Redução com relação à tarifa máxima foi de 20,2%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) licitou 12 lotes de linhas de transmissão e subestações de energia elétrica com deságio médio sobre a tarifa máxima de 20,18%, o mais baixo desde o leilão de 2003 (39,24%). Três dos blocos, porém, vão gerar uma economia de R$ 1,5 bilhão às contas dos consumidores ao interligarem o sistema isolado da região Norte à usina de Tucuruí (PA).
Para o diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, o deságio reduzido já era previsto, pois a tarifa máxima foi melhor calibrada.
O leilão da Aneel segue um modelo inverso: arremata a linha ou a subestação a companhia que aceitar receber a menor tarifa de transmissão durante o período de concessão.
Ao todo, sete empresas ou consórcios levaram os 12 lotes. A espanhola Isolux arrematou dois blocos, com cinco linhas e três subestações, que integram o "linhão" que fará a interconexão da usina de Tucuruí (PA) à porção oeste do Pará e ao Amapá, ligando os dois Estados ao sistema interligado nacional.
O Consórcio Amazonas, liderado pelas estatais Eletronorte e Chesf, ficou, por sua vez, com o outro lote que completa o "linhão", composto por duas linhas e duas subestações, responsáveis pela ligação final até Manaus (AM).
Quando concluído, em 2011, o "linhão" permitirá uma economia de R$ 1,5 bilhão por ano do gasto total de R$ 3 bilhões com a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), subsídio pago pelos consumidores para financiar a geração de termelétricas a diesel no Norte.
"Essa é uma linha importantíssima, que vai ligar Tucuruí a Macapá e Manaus e trará para o sistema interligado o último grande sistema isolado do país", disse Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.
Segundo o secretário, já está em curso a construção da interligação de Acre e Rondônia com o sistema interligado, por meio de conexão com o Mato Grosso. Desse modo, afirma, o custo da CCC será reduzido em 80% quando o "linhão" de Tucuruí estiver pronto, em 2011.
Restarão apenas áreas mais distantes de Amazonas, Amapá e todo o Estado de Roraima isolados, utilizando diesel como fonte de energia. Nessas localidades, diz Zimmermann, não é economicamente viável investir em linhas de transmissão,
Para suportar os altos custos de construção na Amazônia, os lotes que integram o "linhão" tinham tarifas mais altas. Vencido pelo Consórcio Amazonas, o lote "C" prevê receita tarifária anual de R$ 101,6 milhões -deságio de 7%-, com 586 km de linhas e duas subestações.
Com distância maior de linhas (775 km), o lote "D" foi arrematado com uma receita anual de R$ 25,95 milhões -deságio de 29,48%- por consórcio formado por Empresa Amazonense de Transmissão (51%) e a estatal Cemig (49%).
Também levaram lotes Chesf (um na Bahia), Elecnor (no Rio e em Goiás) e Ceteep (três em São Paulo, um em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul).


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