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LINHA CRUZADA
Empresa alega que argumentos foram articulados por rivais; desvios podem ter alcançado US$ 1 bilhão
MCI é acusada de fraudar tarifas nos EUA
DA REDAÇÃO
A MCI, segunda maior companhia de telefonia de longa distância dos EUA e controladora da
Embratel, está sendo investigada
pelo governo americano por suspeita de fraudar, durante uma década, outras empresas do setor.
As fraudes teriam causado um
prejuízo estimado em US$ 1 bilhão a outras companhias, revelou o "New York Times".
Segundo a investigação do governo americano, as fraudes consistiriam em registrar chamadas
de longa distância como chamadas locais. Com isso, a companhia
teria evitado o pagamento de tarifas de acesso especial às companhias locais.
A nova investigação ocorre um
ano depois da revelação de que a
WorldCom, fundida à MCI em
1999, cometeu fraudes contábeis
de cerca de US$ 11 bilhões.
Depois das fraudes contábeis, a
WorldCom entrou em processo
de concordata e mudou seu nome
para MCI, numa tentativa desesperada de restabelecer sua imagem entre investidores.
Entre 2001 e 2002, outros escândalos contábeis, como os da
Enron, da Qwest, da Xerox e da
Adelphia, destruíram a credibilidade de companhias norte-americanas.
A nova investigação contra a
MCI, que abrange os EUA e o Canadá, é baseada em documentos
internos e informações de ex-executivos da MCI e de três outras
companhias de telefonia: AT&T,
SBC Communications e Verizon.
As pessoas envolvidas no caso,
segundo a reportagem do jornal,
apontaram evidências técnicas
significativas que mostrariam que
a MCI continua praticando a
mesma irregularidade para evitar
as tarifas de acesso.
Essas tarifas são a maior fonte
de custos da MCI para realizar
chamadas e transmitir dados.
A MCI recebeu uma intimação
na semana passada para apresentar documentos e outros materiais que possam ajudar nas investigações.
Rivais
Em resposta aos investigadores
e à matéria do "Times", a MCI
disse que os argumentos foram
articulados por rivais. No entanto,
admitiu estar fazendo sua própria
investigação interna para determinar se houve o uso de tais procedimentos para evitar tarifas.
Comunicado divulgado pela
MCI no final de semana diz: "os
encargos de acesso entre operadoras locais e de longa distância
existem há décadas e são rotina na
indústria. Como sempre, tomamos as investigações da procuradoria-geral muito seriamente e
vamos cooperar plenamente com
qualquer averiguação".
O porta-voz do Departamento
de Justiça americano, Jorge Martinez, não quis falar sobre a reportagem, afirmando apenas que não
confirmava nem desmentia as informações. Segundo o jornal, o
departamento tem evidências de
que a MCI pode, na prática, ter
"lavado" o custo das chamadas
por meio de pequenas companhias. Ou redirecionado chamadas domésticas através do Canadá, para evitar o pagamento de taxas de acesso ou a obrigação de
trocá-las com operadores de longa distância de concorrentes.
Advogados ligados às investigações disseram que a MCI pode ter
desviado 40% a 50% de todas as
chamadas para reduzir o pagamento de tarifas.
A nova investigação deve causar
impacto no processo de concordata da MCI, programado para
durar até outubro. Os concorrentes da companhia dizem que a
MCI deve ser liquidada e seus ativos - entre eles o controle da
Embratel-, vendidos para pagar
credores. Já os executivos da MCI
se esforçam para convencer os
credores a manter a companhia
intacta depois da concordata.
Com agências internacionais
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