São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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Na Europa, embarque dos passageiros de vôos cancelados vira "loteria"

DANIELA FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

O embarque de passageiros da Varig para o Brasil nesta alta temporada de verão em toda a Europa se tornou, como diz um responsável da TAM no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, uma "loteria esportiva".
"Tudo depende do dia. No final de semana, é mais complicado. Na quarta-feira, conseguimos embarcar 16 pessoas, mas isso foi excepcional. Normalmente, a média é de dois a três por noite", diz Eduardo Moreira, supervisor da TAM no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
O problema é que os passageiros são bem mais numerosos do que isso. Entre os que tiveram sorte na quarta de obter lugar na TAM, estava um grupo de pessoas que tentava embarcar havia vários dias. Alguns chegaram a dormir três noites no aeroporto.
"Como o número de passageiros que não conseguem viajar vem subindo, avisamos a direção da Varig que, se a situação continuasse nesse ritmo, haveria confusão", diz Moreira.
Na noite de ontem, nenhum passageiro da Varig seria embarcado no primeiro vôo da TAM com destino ao Brasil, disse o responsável pela lista de espera. Ela já continha, antes da abertura, o nome de sete passageiros que não haviam conseguido viajar na véspera.
No vôo das 23h locais, ainda não era possível definir se haveria lugares. Mas quatro pessoas teriam prioridade: uma família que deixou o Líbano por conta própria e conseguiu viajar de Damasco (Síria) para Paris.
A TAM informa que os brasileiros vindos do Líbano são considerados prioritários em relação aos clientes da Varig.
Ao constatar que seu nome estava em nono na lista de espera, sem contar a família vinda do Líbano, o engenheiro Ribamar Campos, que tentava voltar ao Brasil pela primeira vez, começou a procurar hotéis próximos ao aeroporto.
"Estou ainda na minha primeira tentativa. É bem possível que tenha de voltar outras vezes."

Despesas
O gerente do escritório da Varig na Champs-Elysées, José Luís Cunha, informa que a Varig está arcando com as despesas de hospedagem e alimentação de boa parte desses passageiros.
Mas as funcionárias da empresa no aeroporto são explícitas quando algum cliente pergunta sobre isso. "A Varig não tem dinheiro e não estamos pagando nada", diz uma delas, recomendando às pessoas, no entanto, para guardar as faturas e tentar o reembolso no Brasil.


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