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Tele terá 24 h para rescindir contratos de celular
Anatel também exige abertura
de lojas para atender usuário
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
As operadoras de telefonia
celular terão que abrir mais de
mil lojas para receber reclamações de usuários nos próximos
dois anos e rescindir contratos
em até 24 horas depois do pedido do usuário. As regras fazem
parte do regulamento aprovado ontem pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) para o setor de telefonia
móvel, que entrará em vigor em
janeiro do ano que vem.
O documento incorporou
também normas já previstas no
Código de Defesa do Consumidor, mas que não eram cumpridas, como a obrigação de devolver, em dobro e com juros, valores cobrados indevidamente.
"Essas mudanças, do ponto
de vista legal, obrigam as empresas a cumprir as determinações. Muitas já existiam, mas,
com o regulamento, as empresas ficam em uma situação
mais frágil perante a agência e a
Justiça", disse o conselheiro da
Anatel José Leite Pereira.
Leite admite, porém, que as
novas regras não devem acabar
com todos os problemas do
usuário de celular. O conselheiro disse que são necessários
mais recursos para permitir
que a agência fiscalize o cumprimento das determinações.
"Não é com regras que se melhora o serviço, sem fiscalização não adianta. A Anatel está
fazendo o possível para aumentar a fiscalização dos call centers, mas não tem recursos."
A obrigação de abrir lojas ou
setores específicos para atender às reclamações dos clientes
nasceu da enxurrada de protestos contra os call centers das
empresas.
Até 2010, elas terão que abrir
uma loja em cada região de 200
mil habitantes para atender
pessoalmente o usuário. Com
as lojas já existentes, as empresas terão 1.677 pontos no país.
Serão outras 800 lojas até 2012,
quando as teles deverão ter
também um ponto a cada 100
mil habitantes.
Em todas as cidades, inclusive nas com menos de 100 mil
habitantes, as lojas que vendem
celulares terão que encaminhar o pedido de rescisão do
contrato para as operadoras.
Isso vale para lojas de eletrodomésticos, supermercados e lojas de roupas, por exemplo, que
vendam os aparelhos.
Contratos
O regulamento considera falta grave empresas que não rescindirem contratos em 24 horas, o que pode dar multa de até
R$ 30 milhões, aplicada pela
agência. O documento permite
ao consumidor que for maltratado pela tele romper o contrato sem pagar multa, mas o próprio conselheiro admite que isso só será feito depois de um
longo processo dentro da Anatel. "Para isso, é preciso fazer
uma denúncia formal, protocolada na agência."
O regulamento também acaba com o prazo de fidelização,
que será permitido só quando o
aparelho for subsidiado pela
empresa. Ainda assim, o cliente
poderá mudar de empresa caso
pague o preço do celular.
O consumidor poderá negociar com as empresas o pagamento de contas enviadas dois
meses após a ligação. O regulamento prevê ainda que, quando
o usuário mudar de operadora,
a empresa antiga deverá manter uma mensagem com o novo
número por dois meses.
A partir de janeiro, as empresas não poderão mais extinguir
créditos de celular pré-pago depois do vencimento do cartão.
O prazo mínimo para cartões
pré-pagos passa a ser de três
meses e serão criados também
cartões de seis meses.
Procuradas para comentar as
regras da Anatel, a Claro e a Vivo disseram que seguirão as determinações. A TIM afirmou
que ainda analisa as medidas.
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