São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Câmara dos EUA aprova lei de subsídio agrícola

Apesar de pressão do governo Bush, medida não corta ajuda para produtores

Proposta ainda precisa ser votada pelo Senado e, caso não ocorram alterações, é provável que ela seja vetada pelo presidente americano

DA REDAÇÃO

Apesar das promessas da Casa Branca de vetar o projeto, a Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pela oposição democrata, aprovou a lei agrícola do país ("farm bill"). E, mesmo com as críticas do governo de George W. Bush, a proposta manteve -e em alguns casos elevou- os subsídios para os produtores. Os subsídios agrícolas são um ponto de conflito nas negociações da Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial.
A medida combina aumento de verba para programas de energia renovável, conservação do ambiente e nutrição com subsídios para produtores de soja e milho, entre outros, em um momento em que as cotações de várias culturas estão próximas de seus recordes históricos. Ela promete US$ 42 bilhões em assistência para os fazendeiros americanos.
Para a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, o projeto "sinaliza mudanças e mostra a nova direção da nossa política agrícola", mas ainda está distante das mudanças desejadas por vários membros do seu partido. "Ainda é preciso fazer muito mais, mas estamos no caminho certo para a mudança e para a reforma."
Já os republicanos, partido do presidente Bush, afirmam que o projeto é muito caro e que haverá aumento de impostos para custeá-lo. "Essa é uma medida sem precedentes: usar o "farm bill" como veículo para aumentar impostos", afirmou o deputado Adam Putnam. "Nós poderíamos ter deixado a marca da Câmara, mas agora ele é alvo de veto [presidencial], o que é uma tragédia."
O projeto ainda será votado pelo Senado e, caso seja vetado pelo presidente George W. Bush, será difícil para a Câmara dos Representantes alterar a decisão. Para reverter o veto, os parlamentares precisam de dois terços dos votos favoráveis e o placar da decisão de ontem foi apertado: 231 votos a favor e 191 contra.
Antes de saber o resultado, o secretário da Agricultura, Mike Johanns, afirmava contar com o Senado para alterar a lei. Segundo ele, o projeto de lei que a Câmara estava em vias de aprovar punha em xeque US$ 78 bilhões em exportações americanas de produtos agrícolas.
O projeto de lei da Câmara, que referenda todos os programas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, gasta cerca de dois terços de seu dinheiro em programas de assistência nutricional como os vales para a compra de alimentos distribuídos à população de baixa renda. Aproximadamente 12% do montante será destinado a subsídios agrícolas, a parte mais polêmica do projeto de lei devido ao seu custo e a seu impacto sobre as negociações comerciais mundiais.


Com agências internacionais


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