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COMBUSTÍVEIS
Queda estimada pelo governo é decorrente da nova estrutura de tarifas; ministro nega interesse eleitoral
Preço da gasolina deverá cair até 3%
da Sucursal de Brasília
O governo anunciou ontem uma
nova estrutura de tarifas de combustíveis que deverá provocar
uma queda entre 2,5% e 3% nos
preços da gasolina. O óleo diesel
deve baixar entre 2,9% e 3,6%.
Segundo o ministro Raimundo
Brito (Minas e Energia), a queda
dos preços da gasolina ao consumidor deverá começar ainda nesta
semana. A nova tarifa do óleo diesel entra em vigor à zero hora de
amanhã.
Embora a redução dos preços
dos combustíveis ocorra a pouco
mais de três meses das eleições,
Brito negou que uma coisa tenha
relação com a outra.
"Isso (a ligação entre a queda de
preços e a campanha eleitoral) é
uma bobagem que não resiste a
uma análise mais profunda", disse
o ministro.
Os custos da redução dos preços
dos combustíveis serão arcados
pelo Tesouro Nacional, que verá
sua dívida com a Petrobrás ser
amortizada em ritmo mais lento.
No caso da gasolina, o governo
reduziu o preço apenas do produto vendido pelas refinarias. Essa
queda é de 4,4%.
Preço livre
Os preços cobrados pelos distribuidores e pelos postos de combustíveis são livres. Ou seja, a redução entre 2,5% e 3% nos preços
aos consumidores dependerá da
manutenção das atuais margens
de lucro dos distribuidores e dos
postos de combustível.
Se essas empresas aumentarem
suas margens de lucro, a queda
poderá ser menor que os percentuais estimados pelo governo.
O presidente da Petrobrás, Joel
Rennó, disse que a BR Distribuidora deverá repassar integralmente os ganhos ao consumidor. Brito
disse que outras distribuidoras já
comunicaram que terão o mesmo
comportamento.
No caso do óleo diesel, está assegurada a redução do preço ao consumidor, pois o preço na bomba é
tabelado pelo governo.
O percentual de redução dos
combustíveis será diferente em cada região do país, de acordo com
os custos de frete.
Assim, o preço do óleo diesel
cairá 3,3% em São Paulo, 3,4% no
Rio de Janeiro e em Brasília e apenas 2,9% em Palmas (TO).
O governo não divulgou estimativas para os preços da gasolina
em cada região, calculando apenas
uma redução entre 2,5% e 3%.
A partir de agora, começa a vigorar uma nova estrutura de tarifas
de combustíveis, que fará os preços desses produtos flutuarem de
acordo com os preços do petróleo
no mercado internacional.
Mensalmente, o governo fará
uma avaliação dos preços internacionais do petróleo, ajustando os
preços cobrados do consumidor
-para cima ou para baixo.
Brito garantiu que nos próximos
seis meses os preços ao consumidor não subirão, a não ser, segundo ele, que ocorra uma "tragédia
internacional".
O ministro afirmou que a atual
estrutura de preços incorpora um
"pulmão" para absorver pequenas variações nos preços internacionais de petróleo.
Ônus do Tesouro
O presidente da Petrobrás confirmou ontem que a dívida do Tesouro com a estatal será reduzida
mais devagar devido à queda dos
preços do combustível. "Continua (a amortização da dívida) em
ritmo diferente."
A dívida foi estimada pela Petrobrás em R$ 6 bilhões em seu balancete de março passado. Hoje
ela está em avaliada em cerca de
R$ 5,2 bilhões, segundo Rennó.
O ritmo de redução dessa dívida
mede o ônus que o Tesouro vai arcar com a queda dos preços dos
combustíveis. Atualmente, a dívida vinha sendo paga em uma média de US$ 250 milhões por mês.
O governo não divulgou qual será o ritmo de amortização da dívida daqui por diante. Brito disse
que não poderia dizer o valor porque, segundo ele, trata-se de um
dado sigiloso.
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