São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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TRABALHO

Segundo o Dieese/Seade, motivo foi a criação de novas vagas no comércio, por causa do FGTS, e nas pequenas empresas

Desemprego em SP cai pelo terceiro mês

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de desemprego caiu no mês passado na região metropolitana de São Paulo, passando de 18,8% da população economicamente ativa em junho para 18,1% em julho. Essa foi a terceira queda mensal consecutiva, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e pelo Dieese.
O principal motivo para a diminuição do desemprego foi a expansão do nível de ocupação (criação de novas vagas), que cresceu 1,3% em relação a junho e equivale à abertura de 98 mil postos de trabalho. O estudo estimou em 7,737 milhões o número de ocupados (com ou sem carteira).
O crescimento da ocupação, verificado pelo quarto mês consecutivo na Grande São Paulo, foi o segundo maior para o mês de julho desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 85. Só perde para julho de 90, quando houve aumento de 1,5% nas vagas.
Do total de 98 mil vagas abertas, a indústria foi a que mais criou postos: 43 mil, com destaque para as atividades química, artefatos de borracha, móveis e metalmecânica. Em seguida vieram o setor de serviços (28 mil), construção civil e serviços domésticos (19 mil) e comércio (8.000).
"Na indústria, os empregos foram criados nas pequenas e médias empresas (menos de 500 funcionários). No comércio, são reflexo da liberação das perdas do FGTS", disse Sérgio Mendonça, coordenador-técnico do Dieese.
O resultado da pesquisa surpreendeu Mendonça. "Houve uma pequena melhora no mercado de trabalho, mas é preciso lembrar que o desemprego ainda é elevado, pois as vagas geradas são frágeis. Sem dizer que há 1,7 milhão de desempregados na Grande São Paulo", afirmou.
A taxa de desemprego foi de 19,4% no primeiro semestre deste ano, só perdendo para 99, quando a taxa chegou a 19,9% no mesmo período na Grande São Paulo.
"Já estamos dois pontos percentuais acima da taxa do primeiro semestre de 2001, que foi de 17,4%", afirmou a gerente de pesquisas da Fundação Seade, Paula Montagner.
O tempo médio para encontrar um novo trabalho aumentou para 51 semanas em julho -uma a mais do que em julho.

Salário médio
O salário médio dos trabalhadores da região metropolitana de São Paulo caiu 9,7% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período em 2001. Na média, o rendimento passou de R$ 920 para R$ 831.
As contratações feitas com salários mais baixos explicariam a queda, segundo o Dieese.


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