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TRABALHO
Segundo o Dieese/Seade, motivo foi a criação de novas vagas no comércio, por causa do FGTS, e nas pequenas empresas
Desemprego em SP cai pelo terceiro mês
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de desemprego caiu no
mês passado na região metropolitana de São Paulo, passando de
18,8% da população economicamente ativa em junho para 18,1%
em julho. Essa foi a terceira queda
mensal consecutiva, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e pelo Dieese.
O principal motivo para a diminuição do desemprego foi a expansão do nível de ocupação
(criação de novas vagas), que
cresceu 1,3% em relação a junho e
equivale à abertura de 98 mil postos de trabalho. O estudo estimou
em 7,737 milhões o número de
ocupados (com ou sem carteira).
O crescimento da ocupação, verificado pelo quarto mês consecutivo na Grande São Paulo, foi o segundo maior para o mês de julho
desde que a pesquisa começou a
ser realizada, em 85. Só perde para julho de 90, quando houve aumento de 1,5% nas vagas.
Do total de 98 mil vagas abertas,
a indústria foi a que mais criou
postos: 43 mil, com destaque para
as atividades química, artefatos de
borracha, móveis e metalmecânica. Em seguida vieram o setor de
serviços (28 mil), construção civil
e serviços domésticos (19 mil) e
comércio (8.000).
"Na indústria, os empregos foram criados nas pequenas e médias empresas (menos de 500 funcionários). No comércio, são reflexo da liberação das perdas do
FGTS", disse Sérgio Mendonça,
coordenador-técnico do Dieese.
O resultado da pesquisa surpreendeu Mendonça. "Houve
uma pequena melhora no mercado de trabalho, mas é preciso lembrar que o desemprego ainda é
elevado, pois as vagas geradas são
frágeis. Sem dizer que há 1,7 milhão de desempregados na Grande São Paulo", afirmou.
A taxa de desemprego foi de
19,4% no primeiro semestre deste
ano, só perdendo para 99, quando
a taxa chegou a 19,9% no mesmo
período na Grande São Paulo.
"Já estamos dois pontos percentuais acima da taxa do primeiro
semestre de 2001, que foi de
17,4%", afirmou a gerente de pesquisas da Fundação Seade, Paula
Montagner.
O tempo médio para encontrar
um novo trabalho aumentou para
51 semanas em julho -uma a
mais do que em julho.
Salário médio
O salário médio dos trabalhadores da região metropolitana de
São Paulo caiu 9,7% no primeiro
semestre deste ano em relação a
igual período em 2001. Na média,
o rendimento passou de R$ 920
para R$ 831.
As contratações feitas com salários mais baixos explicariam a
queda, segundo o Dieese.
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