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PERSPECTIVAS
País deve crescer apenas 2% neste ano, diz Fundo; PIB mundial também foi revisado para baixo e pode subir 3,1%
FMI reduz previsão de crescimento para Brasil
DA FOLHA ONLINE
O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a previsão de
crescimento da economia brasileira para este ano e também criticou os Estados Unidos.
De acordo com o resumo de um
relatório do Fundo obtido pela
agência de notícias Reuters, a economia brasileira deve crescer só
2% neste ano. A previsão anterior
era de 2,8%. Nenhum outro país
incluído no estudo teve uma revisão para baixo tão drástica.
Apesar de rebaixar a estimativa,
o FMI ainda é mais otimista que a
maioria dos analistas de mercado
e do próprio Banco Central, que
prevêem que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça
1,5% em 2003.
Para o próximo ano, o FMI
mantém sua previsão de que o
país cresça 3,5%.
Projeção global
O Fundo ainda deve revisar sua
projeção de crescimento da economia global em 2003, de 3,2%
para 3,1%. Já a estimativa de 2004
foi reduzida de 4,1% no relatório
de abril para 4% no documento
que deve ser divulgado somente
em setembro.
A zona do euro, que engloba 12
países europeus, a redução da
previsão de crescimento para
2004 foi grande: de 2,3% para
1,9%. O número lança dúvidas sobre a capacidade de recuperação
da região: a Alemanha, maior economia do bloco econômico, teve
retração do PIB em três trimestres
consecutivos e está tecnicamente
em recessão.
A projeção de crescimento para
a Alemanha para este ano caiu de
0,5% para 0%. Para 2004, a previsão é de 1,5%. O Fundo mostra
preocupação com a perspectiva
de deflação no país. "Isso inclui o
risco de declínio de preços assim
como problemas com o setor financeiro, cujo desempenho fraco
é ainda ameaçado pelo contínuo
desaquecimento da economia",
diz o relatório.
Também tiveram suas estimativas revisadas para baixo países
como França, Itália, Reino Unido
e China. Para o Japão, a projeção
de crescimento neste ano caiu de
1,1% para 0,8%.
Um dos riscos, diz o documento
do Fundo, são os efeitos que um
estouro na bolha no mercado de
ações possa ter sobre algumas nações industrializadas. Países
emergentes que estão muito endividadas -caso, por exemplo, do
Brasil e da Turquia- ficariam
muito vulneráveis.
Já os EUA tiveram sua previsão
de crescimento de 2,2% para este
ano mantida pelo FMI. No entanto, o país foi criticado pelo aumento do déficit público -que
deve ultrapassar US$ 400 bilhões
neste ano e em 2004- e por fazer
projeções muito otimistas para
sua própria economia.
Segundo o documento, o governo dos EUA é "excessivamente
otimista levando em consideração o estado geral dos gastos e receitas e a falta de conceitos de médio prazo para consolidar o orçamento e reformar o sistema de seguridade social".
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