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São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2003

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PERSPECTIVAS

País deve crescer apenas 2% neste ano, diz Fundo; PIB mundial também foi revisado para baixo e pode subir 3,1%

FMI reduz previsão de crescimento para Brasil

DA FOLHA ONLINE

O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano e também criticou os Estados Unidos.
De acordo com o resumo de um relatório do Fundo obtido pela agência de notícias Reuters, a economia brasileira deve crescer só 2% neste ano. A previsão anterior era de 2,8%. Nenhum outro país incluído no estudo teve uma revisão para baixo tão drástica.
Apesar de rebaixar a estimativa, o FMI ainda é mais otimista que a maioria dos analistas de mercado e do próprio Banco Central, que prevêem que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça 1,5% em 2003.
Para o próximo ano, o FMI mantém sua previsão de que o país cresça 3,5%.

Projeção global
O Fundo ainda deve revisar sua projeção de crescimento da economia global em 2003, de 3,2% para 3,1%. Já a estimativa de 2004 foi reduzida de 4,1% no relatório de abril para 4% no documento que deve ser divulgado somente em setembro.
A zona do euro, que engloba 12 países europeus, a redução da previsão de crescimento para 2004 foi grande: de 2,3% para 1,9%. O número lança dúvidas sobre a capacidade de recuperação da região: a Alemanha, maior economia do bloco econômico, teve retração do PIB em três trimestres consecutivos e está tecnicamente em recessão.
A projeção de crescimento para a Alemanha para este ano caiu de 0,5% para 0%. Para 2004, a previsão é de 1,5%. O Fundo mostra preocupação com a perspectiva de deflação no país. "Isso inclui o risco de declínio de preços assim como problemas com o setor financeiro, cujo desempenho fraco é ainda ameaçado pelo contínuo desaquecimento da economia", diz o relatório.
Também tiveram suas estimativas revisadas para baixo países como França, Itália, Reino Unido e China. Para o Japão, a projeção de crescimento neste ano caiu de 1,1% para 0,8%.
Um dos riscos, diz o documento do Fundo, são os efeitos que um estouro na bolha no mercado de ações possa ter sobre algumas nações industrializadas. Países emergentes que estão muito endividadas -caso, por exemplo, do Brasil e da Turquia- ficariam muito vulneráveis.
Já os EUA tiveram sua previsão de crescimento de 2,2% para este ano mantida pelo FMI. No entanto, o país foi criticado pelo aumento do déficit público -que deve ultrapassar US$ 400 bilhões neste ano e em 2004- e por fazer projeções muito otimistas para sua própria economia.
Segundo o documento, o governo dos EUA é "excessivamente otimista levando em consideração o estado geral dos gastos e receitas e a falta de conceitos de médio prazo para consolidar o orçamento e reformar o sistema de seguridade social".


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