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MÍDIA
Nova empresa vai entregar 1 milhão de jornais, atuará com encomendas expressas e será a maior da América Latina
Folha e "Estado" terão distribuição conjunta
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha e o ""O Estado de S.
Paulo", os dois maiores jornais do
país, anunciaram ontem a criação
de uma nova empresa para a distribuição de seus exemplares em
todo o Brasil.
A S. Paulo Distribuição e Logística Ltda. é uma parceria inédita
entre os grupos que editam a Folha e o ""O Estado de S. Paulo".
Os dois grupos serão sócios em
partes iguais na nova companhia,
que nasce com uma previsão de
faturamento anual da ordem de
R$ 150 milhões.
Com a criação da nova empresa,
os grupos Folha e Estado, rivais
históricos no mercado jornalístico paulista, pretendem garantir a
entrega dos jornais que editam
até, no máximo, 6h30 da manhã
na Grande São Paulo.
O ganho de escala e a melhoria
na logística de distribuição também deverão antecipar o horário
de entrega dos jornais no interior
de São Paulo e em outros Estados.
A nova empresa ainda fará a entrega de outros produtos editoriais, encomendas expressas e
material vendido pela internet.
Vai atuar em 927 cidades do
Brasil, percorrendo mais de 50
mil quilômetros, e terá a maior
cobertura, entre as grandes do setor, no Estado de São Paulo.
Diariamente, a S. Paulo Distribuição e Logística Ltda. entregará
1 milhão de jornais, tornando-se a
maior empresa do gênero da
América Latina.
Além da distribuição dos dois
principais jornais editados pelos
grupos Folha e Estado, a nova empresa será responsável pela entrega dos títulos ""Agora", do Grupo
Folha, ""Valor Econômico", resultado de parceria entre Grupo Folha e Organizações Globo, e ""Jornal da Tarde", do Grupo Estado.
A distribuição dos cinco jornais
editados por Folha e Estado garantirá a presença diária da logística da S. Paulo Distribuição e Logística Ltda. em 700 mil domicílios do país.
A operação contará com uma
frota de mais de mil veículos e envolverá cerca de 30 mil pessoas.
Independência
A parceria entre os grupos Folha
e Estado na distribuição de jornais e demais produtos não terá
nenhuma influência na independência editorial e financeira das
duas empresas jornalísticas. Também continuarão distintas todas
as operações comerciais que
mantêm atualmente.
""Com a revolução digital, a
competição concentrou-se na
qualidade editorial de cada produto e não mais na distribuição",
diz Luís Frias, presidente do Grupo Folha. ""Então, nada mais lógico do que aumentar a eficiência
para os assinantes e leitores dos
dois lados via aumento de escala."
Para Francisco Mesquita Neto,
diretor-superintendente do Grupo Estado, ""a parceria entre empresas modernas é uma tendência
mundial e uma forma de atender,
com uma logística sofisticada, a
demanda crescente e variada de
seus clientes quanto a horários de
entrega, serviços e qualidade".
A iniciativa de otimizar a circulação dos jornais editados por Folha e Estado deve representar
uma melhora de 30% nos índices
de eficiência e de qualidade de
distribuição em função do aumento de escala.
A criação da S. Paulo Distribuição e Logística Ltda. segue tendência mundial de vários setores,
de alimentos a bancos, de reduzir
despesas com transporte a fim de
manter investimentos e a qualidade de seus produtos finais.
Implantação progressiva
O principal executivo do novo
empreendimento será contratado
no mercado e responderá a um
conselho de administração formado por quatro representantes,
sendo dois de cada lado.
A implantação dos serviços da
empresa será progressiva. Estima-se que toda a carga de exemplares esteja sendo distribuída
por ela até agosto de 2002.
No mercado editorial, a necessidade de eliminar custos vem se
acentuando por dois fatores principais: aumento no preço do papel e queda na receita publicitária.
Nos últimos 18 meses, o preço
da tonelada do papel dobrou, passando de R$ 800 para R$ 1,6 mil.
Dentro e fora do Brasil, o papel é
cotado em dólar. O reflexo de
uma recente queda de preços no
mercado internacional não beneficiou o Brasil, pois o dólar se valorizou cerca de 40% no ano em
relação ao real.
O consumo de papel e tinta representa cerca de 30% dos custos
totais da Folha. Os jornais também vêm sentindo os efeitos do
desaquecimento do mercado publicitário, que prevê uma queda
em torno de 15% no faturamento
este ano.
Na área de transporte, também
tem havido aumentos significativos, especialmente nos preços dos
combustíveis e dos pedágios.
Paralelamente ao aumento nos
custos, há um acirramento da
concorrência entre as empresas
jornalísticas, com o surgimento
de novos títulos, entre jornais e
revistas.
No início de abril, por exemplo,
as Organizações Globo compraram em São Paulo o título ""Diário
Popular". O jornal passou por
uma reforma gráfica e mudou de
nome para ""Diário de S. Paulo".
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