São Paulo, sábado, 28 de setembro de 2002

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Recuperação do real vai depender do presidente eleito, diz Armínio

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que o BC não adotará nenhuma medida adicional para conter a alta do dólar e deu a entender que a recuperação da moeda brasileira depende agora do que o presidente eleito fará após as eleições.
"O que não se deve esperar do Banco Central é uma solução instantânea para todos os problemas, isso vai além do que o Banco Central pode fazer, isso depende de confiança no futuro", disse Armínio, ao ser questionado se haveria medidas adicionais em estudo para impedir a contínua depreciação do real.
Segundo Armínio, a "trajetória de subida [da moeda americana" tem a ver com incertezas, que hoje ocorrem num contexto global pouco favorável".
"E a nossa experiência no Brasil mostra que a solução tem de vir de um compromisso permanente com políticas macroeconômicas e financeiras saudáveis, por um futuro que vai muito além das próximas semanas ou meses. Como eu disse aqui, eu não tenho dúvida de que isso é algo que nós, brasileiros, entendemos bem", afirmou, após seminário no Banco Mundial, sobre a importância dos financiamentos para o crescimento econômico dos países.
O presidente do BC acrescentou que "qualquer outra alternativa mais exótica de resposta a esse tipo de problema [a alta da taxa de câmbio" certamente trará mais problemas, e a nossa história está cheia de exemplos".
Armínio não quis comentar declarações dadas no dia anterior pelo ministro Pedro Malan (Fazenda) de que ainda não estava descartada sua permanência no comando do BC num eventual governo petista. "São decisões que cada candidato tem de tomar com sua equipe, e acho que têm de ser respeitadas."


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