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Malan tenta refutar que mercado é
ignorante, mas acaba confirmando
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, pediu ontem aos jornalistas para esclarecer declarações
dadas no dia anterior, quando
dissera que "os mercados são dirigidos por uma combinação de ganância infecciosa", "medo infeccioso" e "ignorância infecciosa".
Segundo Malan, quando ele disse ignorância (em inglês, "ignorance"), quis falar desconhecimento. "Eu devia ter usado a palavra, se eu estivesse falando em
português, desconhecimento [..."
Não é o meu estilo chamar ninguém de ignorante. Nunca fiz isso
na vida, por que eu iria fazer isso
no exterior, falando em inglês?"
Segundo o dicionário Aurélio,
ignorância significa "estado de
quem ignora ou desconhece alguma coisa, não tem conhecimento
dela".
Estudo sobre dívida
Malan e o presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, defenderam ontem o estudo do diretor de
Política Monetária do BC, Ilan
Goldfajn, afirmando que suas
projeções sobre a sustentabilidade da dívida interna são válidas.
Stanley Fischer, ex-vice-diretor
gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), disse ontem
que as projeções feitas por Goldfajn já estão defasadas. Uma das
principais críticas dos analistas ao
estudo de Goldfajn é que, se a cotação do dólar se mantiver alta, a
proporção da dívida em relação
ao Produto Interno Bruto não se
reduziria, como prevê Goldfajn.
O ministro Malan disse que o
estudo de Goldfajn ainda é válido
e que não se deve avaliar a economia brasileira olhando somente a
taxa de câmbio. "Acho que nós
todos temos uma responsabilidade de não nos deixar levar pela cotação do dia [...] Nós temos de ter
a capacidade de olhar a economia
brasileira um pouco mais à frente,
ter uma visão não restrita à cotação do dia", afirmou Malan.
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