São Paulo, sábado, 28 de setembro de 2002

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INTERNET

Segundo o grupo norte-americano, não há atualmente nenhum sinal de que a América Latina passará a dar lucro

AOL estuda encerrar atividades no Brasil

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo norte-americano AOL Time Warner começou a estudar o encerramento de seus negócios como provedor de internet na América Latina.
O diretor financeiro do conglomerado, Wayne Pace, declarou, na quinta-feira passada, em São Francisco, nos EUA, que a AOL Latin America terá de dar lucro para continuar a existir. "Gostaríamos de manter os negócios na região, mas é preciso que eles dêem lucro. Não há nenhum sinal nesse sentido atualmente."
O executivo disse que não tem tido sucesso em conseguir um novo parceiro no negócio. Os atuais sócios da AOL Latin America, além do grupo norte-americano, são o conglomerado venezuelano Cisneros e o banco Itaú.
As declarações de Pace ocorreram depois da queda no faturamento mundial da AOL no segundo trimestre deste ano. A receita foi de US$ 2,266 bilhões, 2,6% menos que os US$ 2,327 bilhões do mesmo período de 2001.
O número de assinantes nos EUA e na Europa aumentou no segundo trimestre de 2002. No resto do mundo houve diminuição de 63 mil clientes. A América Latina, onde o grupo tem provedor no Brasil, no México e na Argentina, foi a principal responsável pela redução. A AOL tem 35,1 milhões de clientes no mundo.
A Folha procurou representantes da AOL no Brasil. Eles não quiseram comentar o assunto. Segundo Pace, a AOL está reavaliando seus negócios em mercados não-vitais para o provedor. Desde que iniciou suas atividades no Brasil, em junho de 1999, a AOL Latin America nunca deu lucro. Conseguiu reduzir seu prejuízo de US$ 74,5 milhões no segundo trimestre de 2001 para US$ 44,6 milhões no mesmo período deste ano.
Em março de 2002, os sócios da AOL Latin America injetaram US$ 160 milhões na empresa. Em junho, ela tinha 1,31 milhão de assinantes, 7,3% menos do que no final do primeiro trimestre.
Já o faturamento total do grupo AOL Time Warner (incluindo divisões como cinema, música e revistas) teve aumento de 10% no primeiro trimestre de 2002 em relação ao mesmo período de 2001. A receita aumentou de US$ 9,6 bilhões para US$ 10,6 bilhões.


Com agências internacionais


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