São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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TRT marca conciliação entre bancos e grevistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo convocou representantes dos bancos e dos bancários para uma audiência de conciliação, amanhã, na tentativa de pôr fim à greve da categoria, que hoje completa 14 dias.
Os bancos já admitem que a paralisação pode afetar aposentados e pensionistas que recebem seus benefícios a partir do dia 1º.
"Acho difícil sair um acordo na Justiça do Trabalho. Isso só será possível se os bancos retomarem as negociações", diz Vagner Freitas, presidente da CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários). A entidade representa 400 mil bancários e estima que a paralisação atinja mais da metade da categoria em 24 capitais do país.
Para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a greve não passa de 5% nos 28 mil pontos de atendimento de bancos privados espalhados pelo país. Os bancos informaram acreditar que possa haver uma solução "negociada".
O TRT negou o pedido de liminar feito na semana passada pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo, que solicitava que 70% dos serviços prestados à população fossem mantidos pelos bancos e pelos funcionários.
Segundo o tribunal, o pedido foi negado porque o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (CUT) informou que estão parados cerca de 25 mil dos 106 mil funcionários que trabalham nessas localidades. São 292 locais de trabalho paralisados, de acordo com o sindicato. Os bancários de São Paulo aprovaram ontem a continuidade da greve.
O sindicato pediu ontem ao secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo Castro de Abreu Filho, uma audiência para tratar do uso de força policial para coibir a greve dos bancários.
Os bancários pedem reajuste de 25%, além de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de um salário mais R$ 1.200 fixos. A Fenaban ofereceu reajuste de 8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500. Acima dessa faixa, 8,5%. A PLR era de 80% do salário mais R$ 705 fixos.
No Ceará, o Tribunal Regional do Trabalho concedeu uma liminar na última quinta-feira admitindo que a greve era abusiva e convocou 40% dos funcionários para retornarem ao trabalho.
A decisão vale para quatro sindicatos do Ceará que representam 9.000 trabalhadores, disse o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Ribamar Pacheco.
"É um absurdo a interferência da Justiça na organização dos trabalhadores", disse Pacheco. Segundo ele, mesmo com a decisão do TRT do Ceará, estão parados 100% dos empregados dos bancos públicos e 60% dos privados.
A CNB disse ontem que o TRT do Rio concedeu liminar aos empregados da Baixada Fluminense em que entende que o interdito proibitório (instrumento jurídico que os bancos estão obtendo na Justiça para evitar bloqueio nas portas das agências) restringe o direito à greve. (CR e FF)


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