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TRT marca conciliação
entre bancos e grevistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O TRT (Tribunal Regional do
Trabalho) de São Paulo convocou
representantes dos bancos e dos
bancários para uma audiência de
conciliação, amanhã, na tentativa
de pôr fim à greve da categoria,
que hoje completa 14 dias.
Os bancos já admitem que a paralisação pode afetar aposentados
e pensionistas que recebem seus
benefícios a partir do dia 1º.
"Acho difícil sair um acordo na
Justiça do Trabalho. Isso só será
possível se os bancos retomarem
as negociações", diz Vagner Freitas, presidente da CNB-CUT
(Confederação Nacional dos Bancários). A entidade representa 400
mil bancários e estima que a paralisação atinja mais da metade da
categoria em 24 capitais do país.
Para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a greve não
passa de 5% nos 28 mil pontos de
atendimento de bancos privados
espalhados pelo país. Os bancos
informaram acreditar que possa
haver uma solução "negociada".
O TRT negou o pedido de liminar feito na semana passada pelo
Ministério Público do Trabalho
de São Paulo, que solicitava que
70% dos serviços prestados à população fossem mantidos pelos
bancos e pelos funcionários.
Segundo o tribunal, o pedido foi
negado porque o Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Osasco e
Região (CUT) informou que estão parados cerca de 25 mil dos
106 mil funcionários que trabalham nessas localidades. São 292
locais de trabalho paralisados, de
acordo com o sindicato. Os bancários de São Paulo aprovaram
ontem a continuidade da greve.
O sindicato pediu ontem ao secretário de Segurança Pública do
Estado de São Paulo, Saulo Castro
de Abreu Filho, uma audiência
para tratar do uso de força policial
para coibir a greve dos bancários.
Os bancários pedem reajuste de
25%, além de PLR (Participação
nos Lucros e Resultados) no valor
de um salário mais R$ 1.200 fixos.
A Fenaban ofereceu reajuste de
8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500. Acima
dessa faixa, 8,5%. A PLR era de
80% do salário mais R$ 705 fixos.
No Ceará, o Tribunal Regional
do Trabalho concedeu uma liminar na última quinta-feira admitindo que a greve era abusiva e
convocou 40% dos funcionários
para retornarem ao trabalho.
A decisão vale para quatro sindicatos do Ceará que representam
9.000 trabalhadores, disse o diretor do Sindicato dos Bancários do
Ceará, Ribamar Pacheco.
"É um absurdo a interferência
da Justiça na organização dos trabalhadores", disse Pacheco. Segundo ele, mesmo com a decisão
do TRT do Ceará, estão parados
100% dos empregados dos bancos
públicos e 60% dos privados.
A CNB disse ontem que o TRT
do Rio concedeu liminar aos empregados da Baixada Fluminense
em que entende que o interdito
proibitório (instrumento jurídico
que os bancos estão obtendo na
Justiça para evitar bloqueio nas
portas das agências) restringe o
direito à greve.
(CR e FF)
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