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BARRIL DE PÓLVORA
Tensão na Nigéria e furacão nos EUA levam cotação a recorde em NY
Petróleo bate em US$ 50 pela 1ª vez
DA REDAÇÃO
Os contratos futuros do petróleo registraram ontem cotações
recordes no fechamento e no "intraday" (que considera a variação
durante o dia) na Bolsa Mercantil
de Nova York, alimentados pela
crescente preocupação quanto ao
abastecimento mundial.
O barril para entrega em novembro ganhou 1,55% e encerrou
a US$ 49,64, pela primeira vez acima de US$ 49 nos 21 anos em que
é negociado em Nova York. A
marca anterior, de US$ 48,88, havia sido alcançada na sexta. A alta
da commodity já chega a 53%
neste ano e a 18% no mês.
Durante as operações eletrônicas pela manhã, o barril chegou a
ser negociado a US$ 49,75, superando os US$ 49,40 registrados
em 20 de agosto passado.
No "after hours trade", após o
fechamento oficial da Bolsa, o
preço chegou a US$ 50.
Em Londres, o contrato futuro
do petróleo tipo Brent encerrou
no maior patamar nos 16 anos da
Bolsa Internacional do Petróleo,
vendido a US$ 45,93. Durante o
pregão, o barril chegou a US$
46,28, outro recorde "intraday".
Três notícias têm enervado ainda mais os mercados nos últimos
dias, segundo analistas. A instabilidade na Nigéria, com conflitos
entre tropas do governo e grupos
rebeldes, levou a Shell a retirar
mais de 200 funcionários do país,
quinto maior fornecedor da commodity aos EUA e membro da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo). Os rebeldes "aconselharam" as petrolíferas a encerrar as atividades no
delta do Níger até outubro.
Outra razão são os prejuízos
com a onda de furacões nos EUA.
O governo americano divulgou
que a produção no golfo do México tem retornado a níveis normais
em ritmo mais lento que o esperado. A atividade de petrolíferas na
região foi afetada pela passagem
do furacão Ivan, há duas semanas,
pois instalações tiveram que ser
evacuadas por segurança.
Mais de 11 milhões de barris já
deixaram de ser produzidos nas
duas últimas semanas, e a produção diária ainda está 500 mil barris menor do que o normal.
Já na Rússia, o Kremlin sinalizou que a Yukos, a maior petrolífera do país, pode ser desmanchada. Segundo a agência de notícias
Interfax, o vice-ministro de Indústria e Energia, Ivan Materov,
afirmou que "os ativos da Yukos
devem ser vendidos de acordo
com seu valor, que não deve ser
menor do que US$ 15 bilhões".
Com agências internacionais
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