São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Tensão na Nigéria e furacão nos EUA levam cotação a recorde em NY

Petróleo bate em US$ 50 pela 1ª vez

DA REDAÇÃO

Os contratos futuros do petróleo registraram ontem cotações recordes no fechamento e no "intraday" (que considera a variação durante o dia) na Bolsa Mercantil de Nova York, alimentados pela crescente preocupação quanto ao abastecimento mundial.
O barril para entrega em novembro ganhou 1,55% e encerrou a US$ 49,64, pela primeira vez acima de US$ 49 nos 21 anos em que é negociado em Nova York. A marca anterior, de US$ 48,88, havia sido alcançada na sexta. A alta da commodity já chega a 53% neste ano e a 18% no mês.
Durante as operações eletrônicas pela manhã, o barril chegou a ser negociado a US$ 49,75, superando os US$ 49,40 registrados em 20 de agosto passado.
No "after hours trade", após o fechamento oficial da Bolsa, o preço chegou a US$ 50.
Em Londres, o contrato futuro do petróleo tipo Brent encerrou no maior patamar nos 16 anos da Bolsa Internacional do Petróleo, vendido a US$ 45,93. Durante o pregão, o barril chegou a US$ 46,28, outro recorde "intraday".
Três notícias têm enervado ainda mais os mercados nos últimos dias, segundo analistas. A instabilidade na Nigéria, com conflitos entre tropas do governo e grupos rebeldes, levou a Shell a retirar mais de 200 funcionários do país, quinto maior fornecedor da commodity aos EUA e membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Os rebeldes "aconselharam" as petrolíferas a encerrar as atividades no delta do Níger até outubro.
Outra razão são os prejuízos com a onda de furacões nos EUA. O governo americano divulgou que a produção no golfo do México tem retornado a níveis normais em ritmo mais lento que o esperado. A atividade de petrolíferas na região foi afetada pela passagem do furacão Ivan, há duas semanas, pois instalações tiveram que ser evacuadas por segurança.
Mais de 11 milhões de barris já deixaram de ser produzidos nas duas últimas semanas, e a produção diária ainda está 500 mil barris menor do que o normal.
Já na Rússia, o Kremlin sinalizou que a Yukos, a maior petrolífera do país, pode ser desmanchada. Segundo a agência de notícias Interfax, o vice-ministro de Indústria e Energia, Ivan Materov, afirmou que "os ativos da Yukos devem ser vendidos de acordo com seu valor, que não deve ser menor do que US$ 15 bilhões".


Com agências internacionais

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