São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

TJLP de 6,85% não é suficiente para atrair investimentos

A redução da TJLP de 7,5% para 6,85% decidida ontem pelo CMN e a medida adotada pelo BNDES de baixar o custo do financiamento para investimentos do setor elétrico tornam a aplicação em fundos ou em ativos de infra-estrutura mais atraentes, mas não são suficientes para multiplicar os investimentos na produção.
São vários os fatores que impedem a recuperação do investimento. Apesar da queda da Selic e da TJLP, o juro no Brasil ainda é muito alto em relação ao resto do mundo, até se comparado aos países emergentes. Mesmo assim, só as grandes empresas que têm acesso aos empréstimos com juro equivalente ao da Selic.
Mas não são só os juros que impedem a recuperação do investimento. Segundo a Austin Rating, é necessário que ocorra uma conjunção de fatores para que os empresários se sintam seguros com relação ao futuro da economia. Entre esses fatores estão a reforma do judiciário, a reforma tributária e a redução dos "spreads bancários".
Não adianta elevar o nível de investimentos se ainda não há reais condições da população de elevar a demanda agregada.
Para a Austing Rating, somente a partir de 2008 vislumbra-se uma condição saudável ao consumo via financiamento, quando a Selic atingir níveis abaixo de 10% ao ano.
Menos pessimista, o empresário Paulo Godoy, presidente da Abdib, acha que a redução da TJLP irá contribuir para a migração dos investimentos em renda fixa para ativos reais e aplicações em renda variável. Ele acha que o investimento em infra-estrutura começa a se tornar atraente, embora ressalve que os juros ainda são muito altos no Brasil em relação ao resto do mundo.
Mesmo assim, Godoy espera que toda essa conjuntura favorável da economia faça com que pelo menos 10% do total de investimentos em títulos de renda fixa (cerca de R$ 800 bilhões) migre para infra-estrutura. Esses R$ 80 bilhões seriam, na sua opinião, suficientes para cobrir as necessidades de investimentos do país no setor a cada ano.

DE CARONA
Em 2025, carros movidos somente a gasolina não devem mais circular. Nas ruas, haverá apenas veículos híbridos. A previsão é de Ferdinand Dudenhöeffer, especialista em setor automotivo e professor da Universidade de Ciências Aplicadas de Gelsenkirchen, na Alemanha, que falará hoje no Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, em São Paulo. Em 2020, segundo ele, serão vendidos 74 milhões de carros de passeio no mundo, o que representa um aumento de 36% se comparado aos 54,5 milhões de automóveis comercializados por ano atualmente. "Isso se deve ao aumento da participação de países como China, Índia, e Rússia, que, juntos, comprarão 45% dos novos carros vendidos no mundo", afirma Dudenhöeffer.

PÉ NA ESTRADA
Com uma unidade recém-inaugurada na rua Oscar Freire, em São Paulo, a Dumond, marca top do grupo calçadista Paquetá, se prepara para entrar no mercado de franquias. "Nossa idéia é abrir 50 lojas no período de dois anos", diz o diretor-executivo da marca, Gerson Vaccari. Com seis lojas próprias em São Paulo, Rio e Porto Alegre, a Dumond foca seu olhar nas capitais brasileiras. "Temos um contrato com Florianópolis, no shopping Iguatemi, que deve ser inaugurado em março", afirma Vaccari. Salvador, Fortaleza e Brasília são outros alvos da empresa.

EM BAIXA
O ano de 2006 não deixará saudade para os supermercadistas -o segmento registrou, em agosto, a quinta queda consecutiva no faturamento. As vendas foram 4,8% inferiores às do mesmo período de 2005. Os dados são da PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista) que a Fecomercio divulga hoje. Projeções mostram que o próximo quadrimestre tende a ser melhor, mas não o suficiente para garantir alta superior a 1% no acumulado do ano.

PÃO QUENTE
Mais de 65% dos ingressos para o GP Brasil de Fórmula 1 foram vendidos, há menos de um mês da prova. A informação é da LCR eventos. O setor B, que fica em frente aos boxes, já está esgotado.

NO DÉBITO
A aceitação de cartões de débito pelos supermercados de SP subiu 18% de 2004 para 2005. Cerca de 75% deles aceitam a forma de pagamento. Já o número de estabelecimentos que aceitam cartões de crédito manteve-se inalterado -51%. A única queda registrada foi a da aceitação de vale-refeição (-2,6%). Os dados são da AC Nielsen/GeoConnection.

FRENTISTA ON-LINE
A Ipiranga acaba de criar um banco de dados de cadastramento de funcionários para ajudar os donos de posto na hora da contratação. As informações ficam dispostas na internet. A expectativa é que, até dezembro, 20 mil candidatos estejam cadastrados e habilitados para concorrer a uma vaga.

LOCOMOTIVA
A CST-Arcelor Brasil investirá cerca de US$ 40 milhões em sua infra-estrutura ferroviária. A iniciativa integra o plano de ampliação da capacidade produtiva da companhia de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas de aço por ano a partir do ano que vem.

BUTIQUE DE AÇÕES
A corretora Alpes lança hoje seu novo braço on-line, a Win, home broker que opera como butique financeira, com tratamento especializado para cada cliente. A principal novidade é a ferramenta "winny", que traz uma interface personalizável. O lançamento acontece na ExpoMoney 2006.

TECNOLOGIA
Howard Dresner, criador do termo Business Intelligence e CSO da Hyperion, empresa de software de Business Performance Management e Business Intelligence vem ao Brasil . O executivo será o principal palestrante do Hyperion Solutions Brasil 2007, que acontecerá no dia 24 de outubro, no espaço Villa Noah, em SP.

FARMÁCIA
A meta de crescimento dos negócios da Bristol-Myers Squibb no Brasil, calculada em 40% nos próximos quatro anos, pode ganhar reforço - a empresa enviou dois novos medicamentos para aprovação na Anvisa.


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