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Setor de telefonia fixa vive em estagnação desde 2002
Para ministro, custo da assinatura básica ainda é inviável para boa parte da população
Segundo associação de
empresas, brasileiro paga
a maior carga tributária
do mundo sobre serviços
de telecomunicações
DA SUCURSAL DO RIO
Nos quatro anos que se seguiram à privatização do Sistema
Telebrás, o número de assinantes de telefone fixo saltou de 20
milhões para 37,4 milhões,
mas, mas, a partir daí, ficou
praticamente estagnado. Desde 2002, o número de assinantes não passa da casa dos 39 milhões, enquanto o mercado de
telefonia celular cresce cada
vez mais, impulsionado pelo
sistema de pré-pago. São pré-pagos 80% dos 91,8 milhões de
celulares existentes.
Estudo da Telebrasil (representante das indústrias e empresas de serviços de telecomunicações) diz que as soluções de
mercado para serviços de telecomunicações estão restritas a
3,6 milhões de habitantes enquadrados como classes A e B.
Diz que, desde a privatização da
telefonia, em 98, a renda per capita do brasileiro cresceu apenas 5,8%, o que, junto com o aumento da carga tributária, explicaria a estagnação da base de
telefones fixos.
A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE), divulgada há dez
dias, já mostrava que o número
de residências com apenas telefone celular era maior do que o
de residências apenas com telefone fixo. Para o ministro das
Comunicações, Hélio Costa, o
custo da assinatura básica do
telefone fixo é inviável para
grande parte da população. Ele
lembra que o celular pré-pago é
usado basicamente para receber chamadas.
Emprego
No primeiro semestre, o número de empregados no setor
baixou de 310 mil para 308 mil.
O corte foi concentrado nas teles e nas empresas de instalação de redes. Para César Rômulo, da Telebrasil, a redução indicaria uma saturação do ciclo
de investimentos das teles.
No final de junho, os usuários
de serviços de telecomunicações estavam assim distribuídos: 39,9 milhões de assinantes
de telefone fixo; 91,8 milhões
de celulares, 4,36% de usuários
de TV por assinatura e 4,63 milhões de assinantes de acesso à
internet em banda larga.
O setor faturou R$ 134,1 bilhões no ano passado, correspondente a 6,9% do PIB. O faturamento no primeiro semestre deste ano foi de R$ 68,9 bilhões. Segundo o estudo da Telebrasil, a telefonia fixa respondeu por metade desse faturamento (R$ 34,5 bilhões), enquanto 32% (R$ 21,9 bilhões)
foram provenientes da telefonia móvel.
A Telebrasil informa que o
consumidor brasileiro paga a
maior carga tributária do mundo sobre serviços de telecomunicações, 40,8%, e o ICMS (Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços) representa o maior peso. Segundo
César Rômulo, a segunda
maior carga tributária é a da
Itália, onde atinge 20%.
(ELVIRA LOBATO)
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