São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Consumidor pagará mais pelo feijão carioquinha

Redução na oferta do produto provoca elevação dos preços nos últimos dias

Adversidades climáticas prejudicam plantações em alguns Estados; no Paraná, produtores replantaram as lavouras perdidas


KARLA DOMINGUES
DA REDAÇÃO

O consumidor pode se preparar para pagar mais pelo feijão nos próximos meses. A previsão é de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba, e do informativo "Mais Feijão".
O mercado de feijão carioquinha encerrou a segunda semana deste mês com recuperação de preços, principalmente nos grãos de melhor qualidade. A saca de 60 quilos chegou a ser negociada a R$ 80 em São Paulo (alta de 45,5% em 30 dias) e a R$ 75 em Minas Gerais (aumento de 56,3% no período).
Um dos principais fatores que contribuíram para o aumento é a falta de uma safra importante para ser colhida. Os meses de outubro e novembro são os que tradicionalmente têm a menor quantidade de carioquinha no mercado. Neste momento, a segunda safra já terminou, e a terceira começa a perder força. Contudo algumas análises indicam que a alta nos preços do carioquinha se dará mesmo a partir de outubro.
Apesar de os números da Conab, divulgados no início deste mês, terem mantido a supersafra, a realidade no campo mostra outro cenário. Há muita perda nas lavouras do Nordeste e pouco plantio em alguns Estados centrais. Para Brandalizze, a safra superestimada pela Conab não ajuda para a completa recuperação dos preços.
Já Élcio Bento, da Safras & Mercado, diz que produtores do sul e do norte do Paraná estão replantando as lavouras perdidas no início deste mês. Os produtores de Santa Catarina também foram prejudicados (as geadas destruíram boa parte das áreas germinadas no começo de agosto e deste mês).
Apesar de o abastecimento de feijão carioca estar distribuído de forma homogênea por todo o ano, o produto, quando estocado, perde qualidade facilmente. Isso obriga o produtor a vender o cereal logo após a colheita. "Depois de 30 a 40 dias de armazenamento, o feijão carioca vai escurecendo (oxidando) e perdendo qualidade. Ele demora para cozinhar e não fica tão macio", diz Brandalizze.
Na contramão, o mercado de feijão preto permanece com preços estagnados. Diferentemente do carioca, o feijão preto possibilita estocagem. Com isso, o mercado segue com uma boa quantidade do produto.


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