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Consumidor pagará mais pelo feijão carioquinha
Redução na oferta do produto provoca elevação dos preços nos últimos dias
Adversidades climáticas prejudicam plantações em alguns Estados; no Paraná, produtores replantaram as lavouras perdidas
KARLA DOMINGUES
DA REDAÇÃO
O consumidor pode se preparar para pagar mais pelo feijão
nos próximos meses. A previsão é de Vlamir Brandalizze, da
Brandalizze Consulting, de Curitiba, e do informativo "Mais
Feijão".
O mercado de feijão carioquinha encerrou a segunda semana deste mês com recuperação de preços, principalmente
nos grãos de melhor qualidade.
A saca de 60 quilos chegou a ser
negociada a R$ 80 em São Paulo (alta de 45,5% em 30 dias) e a
R$ 75 em Minas Gerais (aumento de 56,3% no período).
Um dos principais fatores
que contribuíram para o aumento é a falta de uma safra importante para ser colhida. Os
meses de outubro e novembro
são os que tradicionalmente
têm a menor quantidade de carioquinha no mercado. Neste
momento, a segunda safra já
terminou, e a terceira começa a
perder força. Contudo algumas
análises indicam que a alta nos
preços do carioquinha se dará
mesmo a partir de outubro.
Apesar de os números da Conab, divulgados no início deste
mês, terem mantido a supersafra, a realidade no campo mostra outro cenário. Há muita
perda nas lavouras do Nordeste
e pouco plantio em alguns Estados centrais. Para Brandalizze, a safra superestimada pela
Conab não ajuda para a completa recuperação dos preços.
Já Élcio Bento, da Safras &
Mercado, diz que produtores
do sul e do norte do Paraná estão replantando as lavouras
perdidas no início deste mês.
Os produtores de Santa Catarina também foram prejudicados
(as geadas destruíram boa parte das áreas germinadas no começo de agosto e deste mês).
Apesar de o abastecimento
de feijão carioca estar distribuído de forma homogênea por todo o ano, o produto, quando estocado, perde qualidade facilmente. Isso obriga o produtor a
vender o cereal logo após a colheita. "Depois de 30 a 40 dias
de armazenamento, o feijão carioca vai escurecendo (oxidando) e perdendo qualidade. Ele
demora para cozinhar e não fica tão macio", diz Brandalizze.
Na contramão, o mercado de
feijão preto permanece com
preços estagnados. Diferentemente do carioca, o feijão preto
possibilita estocagem. Com isso, o mercado segue com uma
boa quantidade do produto.
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