São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2004

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PONTO CHIQUE

Shopping tem o metro quadrado mais caro do Brasil, diz estudo, mas passa de 22º a 27º entre os mais caros

Iguatemi cai no ranking global de aluguéis

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Impulsionadas pelo aquecimento de suas economias, a Ásia e a Argentina lideram a lista das regiões que acumularam a maior valorização dos pontos comerciais no mundo.
No caso argentino, houve uma alta de 30% no preço do metro quadrado entre junho do ano passado e junho deste ano. A média registrada nos países asiáticos foi de 8,1%.
No topo do ranking mundial elaborado anualmente pela imobiliária Cushman & Wakefield, que opera em 48 países, mais uma vez aparece a Quinta Avenida, em Nova York. O Brasil aparece na 27ª posição, com o Shopping Iguatemi, em São Paulo. Ele foi apontado como o ponto mais caro do país, com metro quadrado anual calculado em US$ 1.390. No ano passado, estava em 22º lugar no ranking. "Nos últimos três anos, houve uma superoferta no mercado e isso causou uma queda nos preços", avaliou Paul Weeks, diretor da Cushman & Wakefield, em São Paulo.
Já áreas do centro de São Paulo viveram situação oposta ao do shopping, com a rua Direita e a rua Barão de Itapetininga sendo pontos de destaque de valorização por causa das ações de revitalização da região.
De junho de 2003 a junho de 2004, as duas ruas registraram uma alta de 10% no preço do aluguel comercial. Esse desempenho coloca os dois endereços na sexta colocação entre os pontos comerciais com maior valorização acumulada no continente americano. Na frente até mesmo da badalada Rodeo Drive, em Los Angeles. "Essa valorização mostra a melhoria no centro de São Paulo", diz Weeks.
Segundo a empresa, em 2000, a taxa de escritórios vazios em São Paulo era de 7%. Em 2003, chegou a 21% e hoje está em 20%. "A economia está indo bem, com isso as empresas estão voltando, e a demanda está voltando a crescer", diz Weeks. Ele afirma ainda que a procura por imóveis comerciais em São Paulo no primeiro semestre deste ano foi maior do que a registrada em todo o ano de 2003.
No Rio de Janeiro, esse cenário se repete. O aluguel do metro quadrado no Shopping Rio Sul está em US$ 1.380 e há tendência de alta em outros pontos da cidade.

Ameaça
O mesmo motor que serviu para estimular o preço dos aluguéis pelo mundo - a expansão da economia mundial- também pode servir para por um freio na elevação dos preços. De acordo com a Cushman & Wakefield, em dois terços dos endereços monitorados em 2004 houve elevação do valor dos aluguéis.
"A cotação alta do petróleo é um fator que preocupa. É difícil analisar o impacto global nos preços dos aluguéis, mas pode atrapalhar", afirmou Weeks.
Atentados terroristas também são apontados como motivos para uma desvalorização -ou diminuição do ritmo de alta- em algumas partes do globo.
Mas, por enquanto, a imobiliária continua a traçar um prognóstico otimista. "Os mercados emergentes, especialmente na Europa e na Ásia, vão permanecer como alvos importantes para os lojistas, o que deve estimular [o mercado]", diz a empresa.
Para comerciantes que desejam atrair a atenção dos varejistas de luxo, que é um dos principais responsáveis pela movimentação no preço dos aluguéis, os analistas da imobiliária dão um conselho. "No nível global, o mercado lojista ficará mais sofisticado e internacional, o que coloca ênfase na necessidade de lojas de alta qualidade."


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