São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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Caixa fez compra irregular da Cisco, diz TCU

Tribunal aponta problemas em contrato "sem licitação" de aquisição de equipamentos no valor de R$ 28,1 milhões

Produtos da marca Cisco foram vendidos pela IBM do Brasil e pela Alcatel; banco rebate TCU e afirma que houve licitação

HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades na compra "sem licitação" pela Caixa Econômica Federal de produtos da marca Cisco, em contratos no valor de R$ 28,1 milhões assinados em 2000. Os produtos foram vendidos à Caixa pela IBM do Brasil e pela Alcatel Telecomunicações, afirma o TCU.
A Cisco do Brasil foi alvo de operação da Polícia Federal na semana retrasada que apontou suposta sonegação de R$ 1,5 bilhão. O Ministério Público Federal também investiga se houve doação de R$ 500 mil ao PT para favorecer a Cisco em contratos com a Caixa.
Ao se pronunciar sobre aquisições de produtos da Cisco, a Caixa divulgou nota na quarta-feira na qual disse que as compras ocorreram em licitações.
A reportagem informou a Caixa do julgamento do TCU. "Todos os equipamentos fabricados pela referida empresa foram adquiridos em licitações públicas, em que se assegura integral publicidade e transparência", reafirmou na sexta a assessoria da Caixa, referindo-se ao período de 2000 a 2007 (leia mais em texto abaixo).
O julgamento do TCU, que listou irregularidades com equipamentos da Cisco, ocorreu em julho de 2004. A assessoria do TCU informou que não encontrou decisão que tenha mudado o teor do julgamento.
Os técnicos do TCU apontaram como "injustificável a contratação, com dispensa de licitação, da IBM do Brasil, em 2000, para aquisição de equipamentos da marca Cisco, no valor de R$ 22,7 milhões".
O TCU também apontou como injustificável a "contratação [sem licitação] da Alcatel Telecomunicações S.A., pelo valor de R$ 5.413.726,41, [também em 2000], sob a alegação de exclusividade na comercialização dos produtos [da Cisco]".
Segundo o TCU, ficou constatado que "foram adquiridos diversos produtos da marca Cisco, portanto não exclusivos da Alcatel".
Conforme o tribunal, "várias empresas poderiam fornecer os equipamentos da Cisco".
O outro contrato da Alcatel com a Caixa foi prorrogado, de forma irregular, segundo o TCU, no dia 24 de dezembro de 2002, estendendo-se até junho de 2003, já no governo Lula.


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