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Caixa fez compra irregular da Cisco, diz TCU
Tribunal aponta problemas em contrato "sem licitação" de aquisição de equipamentos no valor de R$ 28,1 milhões
Produtos da marca Cisco
foram vendidos pela IBM
do Brasil e pela Alcatel;
banco rebate TCU e
afirma que houve licitação
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TCU (Tribunal de Contas
da União) apontou irregularidades na compra "sem licitação" pela Caixa Econômica Federal de produtos da marca
Cisco, em contratos no valor de
R$ 28,1 milhões assinados em
2000. Os produtos foram vendidos à Caixa pela IBM do Brasil e pela Alcatel Telecomunicações, afirma o TCU.
A Cisco do Brasil foi alvo de
operação da Polícia Federal na
semana retrasada que apontou
suposta sonegação de R$ 1,5 bilhão. O Ministério Público Federal também investiga se houve doação de R$ 500 mil ao PT
para favorecer a Cisco em contratos com a Caixa.
Ao se pronunciar sobre aquisições de produtos da Cisco, a
Caixa divulgou nota na quarta-feira na qual disse que as compras ocorreram em licitações.
A reportagem informou a
Caixa do julgamento do TCU.
"Todos os equipamentos fabricados pela referida empresa foram adquiridos em licitações
públicas, em que se assegura
integral publicidade e transparência", reafirmou na sexta a
assessoria da Caixa, referindo-se ao período de 2000 a 2007
(leia mais em texto abaixo).
O julgamento do TCU, que
listou irregularidades com
equipamentos da Cisco, ocorreu em julho de 2004. A assessoria do TCU informou que não
encontrou decisão que tenha
mudado o teor do julgamento.
Os técnicos do TCU apontaram como "injustificável a contratação, com dispensa de licitação, da IBM do Brasil, em
2000, para aquisição de equipamentos da marca Cisco, no
valor de R$ 22,7 milhões".
O TCU também apontou como injustificável a "contratação [sem licitação] da Alcatel
Telecomunicações S.A., pelo
valor de R$ 5.413.726,41, [também em 2000], sob a alegação
de exclusividade na comercialização dos produtos [da Cisco]".
Segundo o TCU, ficou constatado que "foram adquiridos
diversos produtos da marca
Cisco, portanto não exclusivos
da Alcatel".
Conforme o tribunal, "várias
empresas poderiam fornecer
os equipamentos da Cisco".
O outro contrato da Alcatel
com a Caixa foi prorrogado, de
forma irregular, segundo o
TCU, no dia 24 de dezembro de
2002, estendendo-se até junho
de 2003, já no governo Lula.
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