São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Banco não deverá assumir prejuízos de exportador, diz presidente da instituição

Moacyr Lopes Jr. - 23.jul.08/Folha Imagem
Luciano Coutinho, do BNDES, que nega operação de socorro

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse ontem em congresso realizado em Campinas (SP) que "o BNDES não é hospital para fazer operações de socorro" a empresas exportadores que tiverem prejuízos com a crise financeira internacional.
"O BNDES não está fazendo operações de socorro. O BNDES não é hospital para fazer operações de socorro. Nós não estamos bancando prejuízo de empresas", disse Coutinho, após ser questionado por um membro da platéia sobre os critérios do banco para operações de socorro a empresas.
O presidente do banco de investimento disse que as empresas que tiveram perdas terão de resolver sua situação com o sistema bancário privado. Ele negou que tenha dito na sexta-feira passada que a instituição ajudaria empresas exportadoras que tiveram perdas com derivativos cambiais.
"Acho que a imprensa não leu direito e interpretou dessa forma", afirmou Coutinho.
"Quando eu afirmei na sexta-feira passada que o BNDES atuaria para apoiar as empresas que estavam com problemas com perda de ativos, eu deixei muito claro: as empresas que tiverem prejuízos terão de arcar com esses prejuízos. É algo difícil que elas terão de equacionar junto com o sistema financeiro bancário privado", disse.

Apoio
No entanto, Coutinho não descartou que o BNDES possa oferecer linhas de financiamento para auxiliar essas empresas a manterem seus programas investimentos.
"Porém, feito isso [equacionar as perdas com o sistema privado], o apoio a essas empresas exportadoras -para que continuem exportando e investindo e [para] que não abandonem ou posterguem planos de investimento de maneira radical- é uma tarefa importante que se encaixa dentro da missão de um banco de desenvolvimento", disse Coutinho, que ontem participou do 19º Conef (Congresso Nacional de Executivos de Finanças).
"Então, quando eu disse que o BNDES complementa a atuação, é isso. Nós temos a linha de pré-embarque [crédito para exportação] que está funcionando e estaremos alertas para examinar caso a caso o reforço a programas de exportação e de expansão de empresas exportadoras que eventualmente tenham sido afetadas por essa questão", disse Coutinho.
O presidente do BNDES disse ainda que o Brasil deve crescer menos que 5% nos próximos quatro anos por causa dos reflexos da crise financeira mundial no país.
"Nós vamos crescer 5,5% neste ano, e ouso dizer que nós vamos crescer um pouquinho abaixo de 5% nos próximos quatro anos", disse Coutinho, após citar que esse índice deverá ficar em torno de 4,8%.


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