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Montadora já recorre a banco de horas para ajustar produção
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para enfrentar a crise financeira internacional, algumas
montadoras já começam a adotar medidas com o sentido de se
tornarem mais ágeis quando
houver necessidade de corte na
produção, como o uso do banco
de horas e férias coletivas.
Entre as principais empresas, o consenso é que o ritmo no
crescimento das vendas irá sofrer desaceleração até o final
deste ano.
Na previsão da Renault, entre outubro e dezembro, o ritmo de licenciamentos pode cair
entre 10% e 15% em relação ao
mesmo período do ano passado. Segundo a montadora, o
mercado deve retomar sua trajetória de alta somente na segunda metade de 2009.
"Temos que adaptar nossa
produção ao tamanho do mercado. Se houver queda de 15%
nas vendas, precisamos produzir 15% menos", disse o presidente da Renault no Brasil, Jerôme Stoll, ontem, para jornalistas no Salão do Automóvel,
que será aberto ao público na
próxima quinta-feira.
A intenção é proporcionar
um ajuste nos estoques. Segundo ele, a Renault já começou a
usar banco de horas no Brasil, o
que permite à empresa adequar
a jornada de trabalho dos funcionários de acordo com a necessidade de produção. Já na
Argentina, foi necessário fechar 300 postos de trabalho.
No princípio deste mês, a
Fiat e a General Motors já haviam anunciado férias para
funcionários da produção.
"O que precisamos agora é
ter medidas de flexibilidade e
ajustar a relação com os investidores. Mas temos que ter
maior clareza da situação para
tomarmos decisões", disse o
presidente da Peugeot no Brasil, Laurent Taste.
Com o agravamento da crise,
a previsão da indústria automotiva de vender 3 milhões de
unidades até o final do ano tornou-se mais remota, na avaliação da Nissan. A montadora detectou em outubro uma queda
de 2% no número de licenciamentos. A queda no ritmo leva
a empresa a revisar a previsão
de vendas no mercado para 2,8
milhões de veículos em 2008.
Embora admitam que haverá
uma desaceleração nas vendas,
Fiat, Ford e GM adotam discurso mais otimista e dizem que a
crise não afeta investimentos.
De acordo com o presidente
da GM para o Brasil e Mercosul,
Jaime Ardila, se o crédito se
normalizar dentro de dois ou
três meses, como diz esperar, o
setor automotivo terá "espaço"
para crescer em 2009, ainda
que a um ritmo menor.
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