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Ganho cambial segura o nível de atividade da indústria paulista no mês de outubro
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O movimento de desvalorização cambial segurou o nível
de atividade da indústria paulista em um patamar positivo
no mês passado, apesar da crise
financeira internacional.
O INA (Indicador de Nível de
Atividade) registrou alta de
0,2% em outubro contra setembro, no dado com ajuste sazonal, resultado considerado
"positivo" pelo diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), Paulo
Francini, tendo em vista os
efeitos das turbulências globais
na economia do país. Sem ajuste sazonal, a alta foi de 3,4%.
A depreciação do real, que
acumula baixa de 32% desde o
princípio de agosto, garantiu
um incremento de 15% no faturamento em reais obtido com
as exportações, enquanto a receita advinda das vendas internas teve acréscimo de 2,8% em
outubro na comparação com
setembro. Com isso, o total de
vendas reais registrou um aumento de 4,7% no mês. Esse é
um dos principais fatores que
compõem o INA.
"Se tirássemos esse componente, dificilmente o resultado
do indicador seria positivo em
outubro", afirmou Francini.
O setor automotivo foi o que
"salvou" as vendas reais da indústria em outubro, por registrar aumento de 35% nas vendas externas, de acordo com o
diretor da Fiesp.
Sinal negativo
Apesar do resultado positivo,
já há sinais de desaceleração na
indústria. O Sensor Fiesp -que
indica as previsões dos industriais paulistas- mostra recuo,
de 50,2 pontos em outubro para 42,5 pontos na segunda
quinzena de novembro, com
deterioração nas expectativas
de mercado, vendas, estoque,
emprego e investimento. A
pontuação do Sensor varia em
uma escala de zero a cem, sendo que acima de 50 as expectativas são consideradas positivas e, abaixo, negativas.
"Tudo indica que estamos à
beira de um processo de redução da atividade econômica",
afirma Francini.
Para o coordenador do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial),
Julio Gomes de Almeida, o INA
revela que o faturamento da indústria continua "razoável",
mas não aponta aquecimento
na produção industrial.
"Sabemos que a crise já bateu
na economia do país, mas alguns indicadores demoram a
mostrar esse reflexo."
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