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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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FRAUDES DO CAPITAL

Calisto Tanzi, que estava fora do país, é acusado de fraude; tribunal declara a insolvência da empresa

Ex-presidente e fundador da Parmalat é preso na Itália

DA REDAÇÃO

O fundador, acionista majoritário e ex-presidente da Parmalat, Calisto Tanzi, 65, foi preso ontem em Milão a pedido da Justiça, acusado de fraude. Horas antes, um tribunal de falências na Itália havia declarado a insolvência do braço principal de operação da Parmalat, três dias após o pedido de concordata da empresa.
No início da semana, Tanzi e três ex-diretores financeiros da empresa haviam sido indiciados pela Justiça italiana. O fundador chegou a deixar o país e, segundo TVs italianas, teria ligado da Espanha para os investigadores, no início da semana, alegando não estar foragido e que precisava de um tempo para descansar.
Tanzi, que fundara o grupo alimentício em 1961, renunciou à presidência da empresa e do conselho depois da revelação, neste mês, de um "buraco" nas contas da Parmalat. Promotores envolvidos na investigação dizem que o rombo deve superar 10 bilhões.
A insolvência abre espaço para que a Parmalat continue a operar enquanto negocia as dívidas. A medida foi tomada depois que o tribunal de Parma, cidade próxima à sede da empresa, ouviu a exposição de Enrico Bondi, administrador do grupo nomeado pelo governo após a saída de Tanzi, sobre a situação financeira.
Com a insolvência, a Parmalat poderá continuar pagando os empregados e os produtores de leite e, com isso, manter suas atividades. No período, o tribunal de Parma analisará, em 120 dias, a situação de endividamento.
Os juízes que investigam o caso já identificaram cerca de 20 pessoas envolvidas na suposta fraude, incluindo atuais e ex-diretores do grupo e auditores externos.


Com agências internacionais


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