São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Faturamento das indústrias da Zona Franca de Manaus sobe 16%

Vendas alcançam recorde de US$ 22 bi; Venezuela torna-se 2º maior destino

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Suframa, autarquia federal que administra os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, anunciou ontem que as indústrias da região fecharão o ano com um faturamento recorde de US$ 22 bilhões, contra US$ 19 bilhões em 2005, alta de 15,8%. Para 2007, as 400 maiores indústrias projetam crescimento de até 12% na produção, principalmente de TV, devido ao Pan-Americano no Rio.
Conforme os indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o carro-chefe do faturamento recorde deste ano foi a produção de eletroeletrônicos (mais de 10 milhões de televisões foram produzidas), seguido da produção de bens de informática e de motocicletas. Foram gerados 105 mil empregos diretos e 400 mil indiretos.
As importações de insumo no ano somaram US$ 5,6 bilhões, contra US$ 4,7 bilhões no ano passado.
De acordo com a superintendente da Suframa, Flávia Grosso, o faturamento das indústrias é resultado do aquecimento do mercado nacional e da evolução tecnológica das empresas, que produziram novos produtos com maior valor agregado. Um exemplo é a produção de TVs digitais. A produção de modelos LCD passou de 10 mil unidades, em 2005, para 450 mil unidades neste ano.
Flávia destacou que as exportações para a Venezuela (19,35% do total), principalmente de produtos como celulares, cresceram depois do acordo entre o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações.
"Esse acordo deu melhor competitividade aos nossos produtos, e nós transformamos a Venezuela no segundo maior importador da Zona Franca", disse a superintendente. Os EUA são o principal destino das exportações da Zona Franca.
Flávia negou que as demissões registradas neste ano - um total de 13,5 mil no setor de metalurgia- possam desacelerar a produção no início de 2007. Só neste mês, foram 3.500 demissões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos.
"Em janeiro, as admissões devem recomeçar, porque o mercado vai aquecer com os Pan-Americanos. Só vemos para o futuro mais empregos e mais investimentos", disse.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado do Amazonas), Wilson Périco, disse que as demissões foram pontuais e motivadas pelo acúmulo de estoque em duas grandes empresas do setor eletroeletrônico, que produziram visando a Copa do Mundo. "As empresas se prepararam [para a Copa], mas, por conta da eliminação precoce do Brasil, ficaram com muito estoque e tiveram que fazer ajustes de pessoal."


Texto Anterior: Brasil investiga denúncias de tele na Itália
Próximo Texto: Estradas: Bolívia iniciará obra de ligação com o Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.