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Obras vão permitir navios maiores no porto de Santos
Em maio, governo deve lançar edital para dragagem para aumento da profundidade dos atuais 12,5 metros para 15 metros até 2010
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deve lançar em
maio edital para dragagem para
aumento do calado (profundidade) do porto de Santos. Segundo a previsão oficial, o calado deve passar dos atuais 12,5
metros para 15 metros até
2010. Além do aumento da profundidade, o canal de acesso
deverá ser alargado de 220 metros para 250 metros, passando
a funcionar como uma via de
mão-dupla para navios.
As obras deverão permitir
que navios maiores possam
chegar ao porto. No calado
atual, o porto pode receber navios que transportam até 5.500
contêineres. Com profundidade de 15 metros, cargueiros que
transportam 8.000 contêineres
poderão chegar ao porto.
Quanto maior o navio, maiores
os ganhos de escala e menores
os custos de exportação e importação.
O tamanho do ganho está estimado entre 10% e 30% da movimentação atual -em 2007, o
porto deverá ter movimentado
82 milhões de toneladas de carga. Para a Codesp, estatal que
administra o porto, o aumento
de calado poderá incrementar a
movimentação entre 10% e
15%. Para a Secretaria Especial
de Portos, esse crescimento poderá chegar a 30%.
A dragagem de aprofundamento do calado do porto de
Santos será feita dentro das novas normas do setor. Dessa vez,
a licitação estará aberta também a empresas estrangeiras
(há apenas três empresas de
dragagem no país) e o vencedor
está obrigado a manter, por seis
anos, a profundidade contratada (15 metros).
"Essa dragagem vai redesenhar o fluxo marítimo do Brasil", afirma o ministro Pedro
Brito, da Secretaria Especial de
Portos. Segundo ele, Santos
passará a ser um porto concentrador de carga. Grandes navios
chegarão ao porto deixando
suas cargas, que serão carregadas em navios de menor porte e
distribuídas pelo Brasil por
meio da navegação de cabotagem (dentro do mesmo país).
O ministro informou que o
governo terá disponível aproximadamente R$ 1 bilhão para
dragagem de portos em 2008.
Ainda de acordo com Brito, o
porto de Santos servirá como
espécie de modelo para o programa de saneamento das
Companhias Docas que o governo federal pretende fazer.
Juntas, essas empresas (todas
estatais federais) têm dívidas
que somam aproximadamente
R$ 1,5 bilhão. A maior parte é
com o fundo de pensão dos empregados do setor (Portus) e
com dívidas trabalhistas.
Segundo Brito, o governo está fazendo uma auditoria na dívida para saber de que forma
irá pagá-la. O ministro informou que, quando o porto de
Santos estiver saneado, a idéia
do governo é lançar ações do
porto na Bolsa de Valores.
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