São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Obras vão permitir navios maiores no porto de Santos

Em maio, governo deve lançar edital para dragagem para aumento da profundidade dos atuais 12,5 metros para 15 metros até 2010

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deve lançar em maio edital para dragagem para aumento do calado (profundidade) do porto de Santos. Segundo a previsão oficial, o calado deve passar dos atuais 12,5 metros para 15 metros até 2010. Além do aumento da profundidade, o canal de acesso deverá ser alargado de 220 metros para 250 metros, passando a funcionar como uma via de mão-dupla para navios.
As obras deverão permitir que navios maiores possam chegar ao porto. No calado atual, o porto pode receber navios que transportam até 5.500 contêineres. Com profundidade de 15 metros, cargueiros que transportam 8.000 contêineres poderão chegar ao porto. Quanto maior o navio, maiores os ganhos de escala e menores os custos de exportação e importação.
O tamanho do ganho está estimado entre 10% e 30% da movimentação atual -em 2007, o porto deverá ter movimentado 82 milhões de toneladas de carga. Para a Codesp, estatal que administra o porto, o aumento de calado poderá incrementar a movimentação entre 10% e 15%. Para a Secretaria Especial de Portos, esse crescimento poderá chegar a 30%.
A dragagem de aprofundamento do calado do porto de Santos será feita dentro das novas normas do setor. Dessa vez, a licitação estará aberta também a empresas estrangeiras (há apenas três empresas de dragagem no país) e o vencedor está obrigado a manter, por seis anos, a profundidade contratada (15 metros).
"Essa dragagem vai redesenhar o fluxo marítimo do Brasil", afirma o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos. Segundo ele, Santos passará a ser um porto concentrador de carga. Grandes navios chegarão ao porto deixando suas cargas, que serão carregadas em navios de menor porte e distribuídas pelo Brasil por meio da navegação de cabotagem (dentro do mesmo país).
O ministro informou que o governo terá disponível aproximadamente R$ 1 bilhão para dragagem de portos em 2008.
Ainda de acordo com Brito, o porto de Santos servirá como espécie de modelo para o programa de saneamento das Companhias Docas que o governo federal pretende fazer. Juntas, essas empresas (todas estatais federais) têm dívidas que somam aproximadamente R$ 1,5 bilhão. A maior parte é com o fundo de pensão dos empregados do setor (Portus) e com dívidas trabalhistas.
Segundo Brito, o governo está fazendo uma auditoria na dívida para saber de que forma irá pagá-la. O ministro informou que, quando o porto de Santos estiver saneado, a idéia do governo é lançar ações do porto na Bolsa de Valores.


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