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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Consumidor ganha com nova tele, diz Ricardo K
Depois de pouco mais de três
anos à frente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher,
42, deixa a companhia no início
de 2009 e volta para a gestora
de recursos Angra Partners.
Seu lugar será ocupado por
Luiz Eduardo Falco, presidente
da Oi, a nova dona da BrT. Nessa entrevista, concedida por e-mail, Ricardo K defende a criação da nova companhia (Oi-Brt). Afirma que a competição
vai até aumentar, na medida
em que a nova empresa vai
competir de igual para igual
com as estrangeiras. "Os consumidores vão ganhar mais uma
opção."
FOLHA - Qual o balanço de sua gestão?
RICARDO K - A visão é altamente
positiva. A Brasil Telecom foi
totalmente saneada, transformada em uma empresa saudável, com excelente performance. Desde 2005, vimos obtendo
sucessivos recordes de lucratividade. A expectativa é a de que,
em 2008, tenhamos, mais uma
vez, o maior Ebitda (lucro antes
do pagamento de juros, impostos, amortizações e depreciações) e o maior lucro da história
da BrT, de acordo com os números do terceiro trimestre.
FOLHA - O que o sr. espera da Oi-Brt?
RICARDO K - A nova empresa
cumprirá um papel estratégico
para o país. Os consumidores
vão ganhar mais uma opção. O
país ganha com a criação de
uma multinacional de telecomunicações, capaz de concorrer no exterior.
FOLHA - A competição vai ser preservada?
RICARDO K - Com certeza. Brasil
Telecom e Oi atuavam no mercado de massa em áreas geográficas diferentes. A competição
até aumenta na medida em que
a nova empresa chega para
competir de igual para igual
com as empresas estrangeiras.
FOLHA - A que o sr. atribui tanto
empenho do governo em aprovar a
operação?
RICARDO K - Acho que os acionistas da nova empresa foram
muito competentes ao apresentar para as autoridades governamentais os ganhos que a
nova empresa trará para a sociedade brasileira. O apoio que
o governo deu decorre de uma
visão de interesse público. A fusão fará com que a empresa seja
mais robusta e tenha escala para competir nacionalmente e
no mercado externo. O Brasil
não pode prescindir de ter uma
grande empresa de telecomunicações com capital nacional.
Basta olharmos exemplos de
países como Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Estados Unidos.
FOLHA - Os acionistas se opuseram
à operação?
RICARDO K - Apesar de este assunto ter sido tratado somente
pelos acionistas, não chegou ao
meu conhecimento nenhuma
discordância com relação à
operação. Foi um negócio positivo para todas as partes.
FOLHA - Há risco de a Oi-BrT ser
vendida para o capital estrangeiro?
RICARDO K - Não conheço o
acordo de acionistas, mas já vi
declarações de pessoas que conhecem a fundo o documento
dando conta de que existem
salvaguardas com relação à manutenção do controle nacional.
De qualquer forma, o natural
direito de preferência preserva
ao BNDES e aos fundos de pensão o direito de comprar de algum acionista que esteja vendendo.
FOLHA - Por que o setor recebe tantas críticas dos consumidores?
RICARDO K - Desde a privatização o setor cresceu de forma
muito acelerada. Vamos recordar que antes da privatização as
pessoas tinham que "comprar"
sua linha telefônica muitas vezes pagando até dois anos antes
de usufruir o serviço e por um
preço exorbitante. Havia uma
grande demanda reprimida,
que foi atendida por investimentos feitos pela iniciativa
privada que chegaram a quase
R$ 190 bilhões em 11 anos. A
participação do setor na formação do PIB brasileiro, que não
chegava a 1%, atualmente alcança mais de 6%. Em curto espaço de tempo, cumprimos
metas bastante rigorosas em
termos de universalização do
serviço de telefonia fixa, e colocamos à disposição da população serviços de telefonia celular
e acesso à internet. O serviço é,
de forma geral, de ótima qualidade. O atendimento nas centrais de atendimento sofreu.
Mas também é fato que a maioria das empresas tem buscado
reverter esse quadro.
FOLHA - A crise muda alguma coisa?
RICARDO K - O setor não deve
ser muito afetado pela crise
econômica. Os serviços de telecomunicações tornaram-se essenciais na vida da maioria das
pessoas. As pessoas e as empresas tendem a trocar as reuniões
presenciais pelo uso do telefone e da internet. E muitas empresas agora usam as videoconferências. Mesmo na crise o setor tem todas as condições para
crescer.
FOLHA - Quais são os seus planos?
RICARDO K - Vou retornar para a
Angra Partners, empresa da
qual fui sócio até assumir a presidência da BrT.
PASSARELA
A São Paulo Fashion
Week terá neste ano
uma parceria com a Universidade Anhembi Morumbi. O acordo prevê
programas de trainee
para os alunos em disciplinas como jornalismo
e moda e investimentos
de R$ 1,5 milhão no
evento. Paulo Borges, diretor da SPFW, diz que a
próxima edição, que está
sendo programada há
mais de um ano, de algum modo previu a crise
e vai exorcizar o mau
tempo econômico falando de felicidade. "Pode
ter sido intuição, bruxaria, mas parece que já estávamos cheirando a
oportunidade desse momento de propor coisas
novas", afirma. Para
Borges a crise não pegou
na moda.
NACIONAL
Lamberto Percussi, sócio e sommelier da Vinheria Percussi, vendeu mais vinho nacional nos últimos meses, segundo ele, com a ajuda da escalada do dólar. Para este final de ano, o sommelier investiu nas vendas do Percussi
Reserva Especial, lançamento da casa, que representou
20% do total das vendas no restaurante, que possui aproximadamente 300 opções de cerca de 15 países em sua
carta de vinhos.
COMBUSTÍVEL
Um novo combustível foi
aprovado pela diretoria da
ANP. A especificação do diesel
S10, com teor de enxofre cinco
vezes menor que o S50, deve
permitir à indústria automobilística realizar testes para desenvolver novos motores, a
partir de 1º de janeiro. O objetivo da medida é reduzir a emissão de poluentes em zonas metropolitanas.
LEITURA
O banco Nossa Caixa lançou
o programa Incentivo à Leitura, biblioteca virtual com 403
livros e 216 títulos de vídeos e
DVDs que podem ser consultados pela intranet. A maioria
aborda gestão de pessoas, administração e marketing. Um
dos mais procurados nos dois
primeiros dias foi "O Monge e o
Executivo", de James Hunter.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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