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São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Taxa em SP encosta nos 2% e deve ser superior à de dezembro

Antecipação de reajustes eleva inflação em janeiro

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação se mantém em alta em São Paulo. Nos últimos 30 dias até 23 deste mês, a taxa acumulada é de 1,95%. "É um resultado que não se deve comemorar, mas não destoa da tendência de queda da inflação a médio prazo", diz Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Os dados divulgados pela Fipe já mostram uma taxa próxima dos 2%, a previsão anterior para este mês. Devido a essa aceleração na taxa, a instituição revisou a estimativa deste mês para 2,1%.
Heron do Carmo diz que a taxa de inflação só vai ficar acima da de dezembro devido à antecipação de reajustes de algumas tarifas públicas e de preços administrados. Transportes públicos, gás, gasolina e cartórios vão gerar uma inflação de 0,55% neste mês. Sem esses aumentos de preços, a inflação teria ficado em 1,5%, inferior à do mês passado (1,83%), diz o economista da Fipe.
Apesar desse aumento da inflação, Heron do Carmo não refez a previsão de 7% para este ano. Segundo ele, esses aumentos de tarifas já estavam previstos nessa taxa. A Fipe esperava que eles ocorressem só em maio ou junho.
A inflação deverá continuar acelerada no início do próximo mês, mas a partir da segunda quinzena terá forte queda. A Fipe estima uma taxa inferior a 1% para fevereiro, desde que não haja novos aumentos de gasolina. Já em março, os preços em São Paulo terão queda nominal, ou seja, deflação, segundo Heron.
Dois fatores vão segurar os preços nos próximos meses: pressão inferior à do final de 2002 e queda de renda da população.

Cartório lidera
Apenas dois grupos de preços tiveram reajustes maiores do que em dezembro neste mês: transportes, devido ao aumento dos ônibus e da gasolina, e educação, em razão dos reajustes de matrículas escolares. O destaque do mês ficou para os cartórios, que, apesar da redução dos aumentos iniciais, acumulam reajuste médio de 73,5% nos últimos 30 dias.


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