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São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

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CONSUMO

Carro é lider

Consumidor volta a "namorar" eletrônicos

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Produtos que no passado recente foram cortados da lista de compras do consumidor voltaram, após meses no "congelador", a ter prioridade. Aparelhos eletrônicos e de informática, que sofreram forte elevação nos preços por conta da escalada do dólar, ocupam hoje a segunda e terceira colocações no ranking de expectativas de consumo do paulistano, de janeiro a março. A primeira posição é ocupada pelo automóvel.
A conclusão faz parte de um levantamento divulgado ontem e elaborado pelo Provar (Programa de Administração de Varejo) da USP (Universidade de São Paulo).
Os segmentos que apresentaram a maior intenção de compra foram automóveis (17,9%), informática (11,0%) e eletrônicos (8,8%). Com isso, produtos como TVs e DVDs passaram a ocupar a terceira colocação no ranking de itens para compra no primeiro trimestre, posição semelhante à do primeiro trimestre de 2002.
O setor fica à frente, portanto, dos segmentos foto e ótica, material de construção e móveis na lista de prioridades. "Isso reflete exatamente o comportamento do comprador: no final de ano, ele reforma a casa e compra móveis. Depois gasta com outras coisas", diz Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer Consultoria.
Além disso, o movimento pode refletir um início de processo de recuperação da demanda reprimida por eletrônicos, cujos produtos são formados por insumos cotados em dólar -e que ficaram mais caros em 2002.
"Nos últimos dois anos o eletrônico sumiu da lista de necessidades do brasileiro. O fato de existir uma intenção de compra já é algo positivo", diz Nelson Barrizelli, especialista em varejo. Na sua análise, o principal impedimento para que essa intenção se transforme em ato de compra é a queda na renda do brasileiro.
O percentual de consumidores que não pretendem, entre janeiro e março, comprar produtos nos segmentos pesquisados subiu de 27,5% de outubro a dezembro para 34,8% de janeiro a março de 2003. Não há dados de janeiro a março de 2002 que possam ser comparados. Isso porque, no ano passado, a pesquisa foi feita de fevereiro a abril. Nesse período, o percentual dos que não queriam gastar estava em 85,3%.
Para adquirir bens em 2003, o consumidor pretende desembolsar mais, por causa da inflação. No caso nos eletrônicos, 36,5% a mais. Nos automóveis, 4,5%.


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