São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Compras do BC e vencimento de dívida cambial pressionam a moeda, que fecha em alta de 0,91%

Dólar vai a R$ 2,89, o maior valor no ano

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar já acumula valorização de 1,94% na semana. Ontem a alta foi de 0,91%, o que levou a cotação da moeda americana a R$ 2,896, maior valor no ano.
O BC não se ausentou do mercado e comprou dólares ontem mesmo com a cotação da moeda em alta. No último dia 6, a instituição informou que passaria a fazer leilões para comprar dólares e recompor suas reservas.
"A atuação do BC é um misto de recomposição de reservas com uma ação para evitar que o real se valorize muito", afirma Carlos Eduardo Olinto, da Mellon Global Investments.
Para Olinto, as recentes altas do dólar devem se restringir ao curto prazo, "pois, se o dólar começar a subir muito, o BC vai acabar saindo do mercado". Dólar em patamares elevados não interessa ao governo, devido aos seus efeitos nocivos sobre a inflação.
Nesta semana, tem havido também uma pressão extra sobre o câmbio, devido ao vencimento, no dia 2, de uma dívida cambial de US$ 2,5 bilhões.
O BC não vai renovar o vencimento. Com isso, os detentores dos títulos que serão resgatados têm interesse em que a Ptax (cotação média dólar, que serve de referência para a liquidação dos papéis) esteja em valores mais elevados, na avaliação de analistas. Ontem, após o fechamento do mercado, a autoridade monetária informou que no dia anterior ao vencimento de dívida cambial não comprará mais dólares.
A Bolsa de Valores de São Paulo não sustentou a reação iniciada na segunda-feira (quando subiu 3,7%) e fechou ontem com queda de 1,55%. O pregão movimentou R$ 1,24 bilhão. A Bovespa chegou a subir pela manhã, mas não resistiu ao mau humor do mercado acionário norte-americano, que fechou em queda. As ações da Telesp Celular Participações voltaram a ter fortes perdas. O papel preferencial da tele foi o que mais perdeu ontem, ao encerrar o pregão com baixa de 6,84%.
Apesar de o resultado do IPC da Fipe (terceira quadrissemana do mês) ter ficado dentro do esperado, o mercado de juros futuros fechou pressionado -especialmente os contratos de prazo de vencimento mais longos.
No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o contrato DI -juros interbancários- com prazo de um ano subiu de 15,39% para 15,47% anuais.
(FABRICIO VIEIRA)


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