ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

O Federal Reserve (banco central dos EUA) decidiu manter inalterada a taxa básica de juros do país, cuja meta está hoje em uma banda que vai de 0,25% a 0%. Ao mesmo tempo, sinalizou que ampliará as medidas de assistência ao crédito e poderá incluir a compra de títulos do Tesouro entre as ações adotadas para tentar conter o aprofundamento da recessão.
A reunião do Fomc (comitê que define os juros) foi a primeira sob o presidente Barack Obama. A decisão, já esperada, deverá se repetir em um futuro próximo: segundo o Fed, "o comitê continua a prever que as condições econômicas provavelmente garantirão níveis de juros excepcionalmente baixos por algum tempo".
Citando uma perceptível piora da crise desde o mês passado, o banco sinalizou também que pretende expandir o uso de "medidas não convencionas" para elevar diretamente a oferta de crédito para dívidas imobiliárias, consumidores e empresas. O Fed já está comprando títulos que têm hipotecas como garantia para apoiar o mercado do setor e deverá expandir a atuação.
Além disso, o Fed se disse preparado para comprar títulos de longo prazo do Tesouro americano se as circunstâncias indicarem que essas transações trarão alívio ao mercado de crédito privado. Se for adiante, o Fed poderá forçar a queda de taxas de juros de longo prazo de todos os tipos e potencialmente segurar em nível mínimo os juros de empréstimos demarcados de acordo com títulos do governo, incluindo hipotecas e dívidas corporativas. Apesar de esse tipo de operação tradicionalmente ser inflacionária, a preocupação é a deflação.
O Fomc indicou ainda que a economia dos EUA continuará encolhendo no primeiro semestre, depois de uma contração esperada de cerca de 5% no quarto trimestre de 2008. O dado consolidado sai amanhã


Texto Anterior: Câmara dos EUA aprova pacote de US$ 819 bilhões
Próximo Texto: Banco: Wells Fargo tem prejuízo de US$ 2,6 bilhões no quarto trimestre
Índice