São Paulo, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

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Com recuperação da economia, inflação se acelera no mês

Índice da FGV, utilizado para corrigir aluguéis, confirma tendência de alta de preços durante ano

VERENA FORNETTI
DA REDAÇÃO
MARIANA SALLOWICZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE

Impulsionados pela recuperação da economia, os preços aos consumidores e os valores cobrados no atacado começaram a se acelerar. Segundo o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), medido pela Fundação Getulio Vargas, a inflação em janeiro foi de 0,63%. Em dezembro, o índice havia registrado queda de 0,26%.
Houve aumento de 0,51% dos preços no atacado e de 1% da inflação ao consumidor, medida em sete capitais. Nessas cidades, o incremento dos custos da construção civil foi de 0,52%.
Ontem, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que divulgou seu balanço de 2009, disse que já sentiu pressão inflacionária no atacado. Apesar disso, representantes afirmaram que os preços podem não subir para o consumidor, pois há indústrias que ainda têm capacidade ociosa e há condições de elevar a produção.
Nesta e na semana passada, outros índices de inflação também mostraram a tendência de alta. O IPCA-15, prévia do indicador usado na definição das metas oficiais de inflação, avançou e, em 12 meses, indicou elevação de 4,31%, percentual muito próximo à meta estabelecida pelo governo, de 4,5%. A inflação próxima ao centro da meta pressiona o governo a aumentar a taxa de juros.
Segundo a FGV, a aceleração da inflação está ligada à reacomodação do nível de preços na indústria, que caíram bastante durante a crise, ao início da recuperação das cotações dos fertilizantes e à correção de preços administrados ou sazonais, como as tarifas de ônibus urbano e as mensalidades escolares.
Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, afirma que a inflação de janeiro sinaliza que o período de queda de preços ficou para trás, mas ressalta que o número não indica um novo padrão para a inflação mensal neste ano.
"Certamente, a inflação será maior do que foi no ano passado, mas não será tão alta como vimos em 2008." Segundo ele, a tendência é que os índices se mantenham altos até que os preços se recuperem. A valorização do dólar no início deste ano é outro fator que acentua esse processo. Feita a correção, disse, os índices mensais devem ceder e se ajustar ao ritmo de crescimento da economia.
Em 12 meses, a variação do IGP-M continua negativa, a exemplo do que ocorreu no final do ano passado. Até este mês, a retração foi de 0,67%. O IGP-M é usado para corrigir contratos, como os de aluguel.


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