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Serviço não absorve demitidos
da Reportagem Local
Pela segunda vez consecutiva, o setor de serviços não conseguiu criar postos de trabalho
suficientes no ano para absorver a mão-de-obra desocupada
na indústria.
De acordo com a Pesquisa de
Emprego e Desemprego da
Fundação Seade e Dieese referente ao mês passado, a indústria da região metropolitana de
São Paulo perdeu 162 mil postos de trabalho entre janeiro e
dezembro de 1997.
O setor de serviços, considerando os mesmos meses, criou
103 mil vagas.
No ano anterior, a perda de
vagas na indústria também havia sido maior que a criação de
postos na área de serviços.
No período de 12 meses até
dezembro de 1996, a indústria
havia fechado 105 mil postos de
trabalho. A área de serviços havia criado 97 mil vagas.
Em 1995, a relação foi inversa. A indústria havia fechado 99
mil vagas nos 12 meses anteriores a dezembro.
As vagas criadas no setor de
serviços foram maiores -137
mil.
A troca do emprego industrial pelo no setor de serviços
representa, muitas vezes, piora
nas relações de trabalho, segundo os técnicos do Dieese e
da Fundação Seade.
"A indústria emprega predominantemente com carteira
assinada", afirma Pedro Paulo
Martoni Branco, diretor-executivo da Fundação Seade.
Em dezembro passado, a indústria perdeu 5.000 vagas. O
setor de serviços fechou 42 mil
postos de trabalho.
"A expansão da ocupação
em serviços é uma tendência
desta década e foi uma marca
do Plano Real", disse o diretor-executivo da Fundação
Seade. No entanto, acrescentou, essa expansão não compensa a redução de vagas.
Ganhando menos
O rendimento médio real dos
trabalhadores ocupados na região metropolitana de São Paulo caiu 0,5% no trimestre setembro/novembro de 1997 em
relação ao trimestre terminado
em outubro.
Segundo os técnicos do Dieese e da Fundação Seade, o rendimento médio dos trabalhadores ocupados ficou em R$
860, contra R$ 865 no trimestre
agosto/outubro.
"A pesquisa revela a estabilização dos rendimentos dos trabalhadores", afirmou o diretor-executivo da Fundação
Seade.
Segundo ele, o ganho de renda decorrente da estabilização
da moeda a partir do Plano
Real "acabou".
(ME)
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